sábado, 20 de abril de 2024

FRANCISCO FILARDI, DE INTERVALO CULTURAL RIO, RECEBE O TROFÉU AÇÃO, POR SEU TRABALHO NA ÁREA DA NOSTALGIA

A Lapa é um dos mais tradicionais e movimentados redutos da boemia carioca. Situado na região central da cidade, faz divisa com os bairros de Fátima e de Santa Teresa, e abriga um formidável polo gastronômico, com pubs, bares, lanchonetes e restaurantes.

Seu cartão de visitas são os famosos Arcos, onde, em suas imediações, estão espaços culturais de relevância histórica, como o Circo Voador, a Fundição Progresso, a Sala Cecília Meireles e a Escadaria Selarón.

É também na Lapa onde se encontra o Contemporâneo, simpático bar e restaurante que recebeu, na noite da quinta-feira 22/02/2024, a primeira edição da entrega do Troféu Ação aos produtores culturais que atuam na divulgação de temas relacionados à Nostalgia e ao Cinema. O evento foi promovido pelos canais Momento Nostalgia e Cine Sofá, do YouTube. Na ocasião, Francisco Filardi, editor de Intervalo Cultural Rio e um dos laureados da noite, concedeu entrevista ao idealizador, organizador e anfitrião do evento Sergio Júnior, importante realizador cultural do bairro de Maria da Graça, bairro da zona norte do Rio de Janeiro. 

                                             O anfitrião Sergio Jr. (à direita) e Francisco Filardi

Por problemas técnicos, o áudio da entrevista se encontra prejudicado em alguns trechos e, por essa razão, disponibilizamos a seguir uma versão transcrita (em sua maior parte) e comentada, registrando entre parênteses uma retificação ou um melhor entendimento dos trechos inaudíveis (quando possível). As notas em negrito são do entrevistado.


A ENTREVISTA


Assistam à entrevista no YouTube pelo link Troféu Ação


SJ - Fazendo diferente, eu já apresentei logo aqui, ó, pessoalmente aqui: Francisco Filardi, um amigo de longa data. Ele nasceu no dia 03 de outubro de 1965. É um grande estudioso de assuntos culturais. Ele edita o fanzine aperiódico O Antissocial - eu gosto muito da temática que ele aborda no Antissocial - e também o fanzine eletrônico BLEH!; agora, o grande carro-chefe das produções do Francisco é… - ele chama de fanzine, mas eu gosto de chamar de revista independente, pela qualidade e pelo conteúdo - que é o Intervalo, que você lançou no dia 09 de abril de 99. Por que essa data?

FF - Bom, não existe uma explicação para a data. O Intervalo surgiu com uma pegada literária. Na época, eu já me correspondia com poetas, com escritores, com editores de fanzines e tabloides voltados para a área de literatura e eu achei a proposta interessante e resolvi dar a minha contribuição. Agora, o curioso (inaudível - desse momento inicial da publicação e que pode causar um certo estranhamento) é que o Intervalo “nasceu” (sic) voltado para a área de literatura e o título ele foi... eu nem vou dizer que foi inspirado, ele foi é copiado descaradamente de uma antiga publicação, que foi uma das primeiras sobre televisão, que foi a inTerValo - a primeira, se não me engano foi a Sete dias na TV e inTerValo veio na sequência. Então, o meu Intervalinho, como eu o chamo carinhosamente, é uma homenagem a uma das publicações pioneiras no segmento da televisão.

Nota: na verdade, existe uma explicação. Melhor dizendo, Intervalo não foi criado em razão de uma data. Em sua primeira fase, que durou de 1999 a 2005, a publicação tinha periodicidade bimestral; a edição inaugural, datada de março/abril de 1999, já se encontrava em circulação, quando a edição seguinte, do bimestre maio/junho, teve seu lançamento antecipado para abril e foi essa segunda edição que deu entrada para registro no Escritório de Direitos Autorais, da Biblioteca Nacional, a 09/04/1999, data que consideramos o marco zero da nossa publicação.

 


SJ - Pôxa, legal. Uma explicação legal. Agora, uma coisa: você esteve em várias sessões do Clube do Capitão AZA, sessões de vídeo, agora eu quero saber o seguinte, Francisco, não tô falando isso porque você está aqui ou porque a gente está filmando para o programa. Você fez a abordagem mais completa que eu já vi com o desenho animado Corrida Maluca. Como é que foi para você fazer esse trabalho tão completo?

FF - Olha (rs), Corrida Maluca quase me deixou maluco, de verdade. Na verdade, é uma animação muito enganosa, muito repleta de minúcias. Na verdade, eu não ia fazer Corrida Maluca, aconteceu por um acaso. Eu estava com um projeto engatilhado, coisa para dois ou três anos, só que eu estava na pendência de receber materiais de fora, porque sai muita coisa (da área da nostalgia) lançada no estrangeiro, nos Estados Unidos e na Europa, que não chega aqui. Eu não sei porque as editoras (brasileiras) não têm interesse nesses materiais, mesmo sabendo que há demanda. Se nós falarmos hoje em nomes como Hanna-Barbera, é um nome rentável, por incrível que pareça. Então, eu fiquei com um buraco ali e falei: vou preencher esse buraco com uma coisa light. Então, eu estava com algumas séries na estante e comecei a fazer contas: bom, Corrida Maluca, temporada única, 34 episódios, 12 minutos cada, tirando a abertura e o encerramento, 9 minutos, achei que ia ser tranquilo. Só que quando terminei de assistir a série, eu estava com 50 páginas digitadas com anotações e isso matou o meu esquema inicial, que era o de entregar volume único. Então, eu tive que parar, repensar o trabalho, estabelecer um novo plano de obra do qual resultaram 3 volumes, e os encartes foram coisas que aconteceram durante o andamento do trabalho, porque plano de obra é uma fotografia de momento, é uma coisa estática, porque quando você começa o trabalho, você depara com certas questões que você precisa resolver de imediato ou deixa de lado e lá na frente você vê como é que fica. Só para você ter uma ideia da complexidade do trabalho, quando eu fiz a diagramação do segundo volume - que eu amei trabalhar, que foi sobre o Dick Vigarista -, eu ainda não sabia o que fazer com a Penélope. Eu tinha duas alternativas: ou eu a manteria no terceiro volume ou eu faria um encarte sobre ela. Tinha material sobre (para) isso. Então, é o tipo de coisas que você tem que ter uma direção e (inaudível).

Nota: alguns leitores me perguntam porque uma série curta, como Corrida Maluca, rendeu assunto para 50 páginas em seu primeiro rascunho. A explicação é simples: uma coisa é estar diante da TV sem compromisso, com olhos de espectador. É puro divertimento. E a dublagem brasileira - façamos jus - deu um ganho à animação. Outra, bem diferente, porém, é estar diante da TV, com olhos de pesquisador. Aí, a coisa muda de figura, porque pesquisa é imersão, é esmiuçar os detalhes. Para isso, é preciso estar no trabalho, é preciso gostar do que se está fazendo, para que o produto final saia, no mínimo, razoável. Por essa razão, penso que os leitores de Intervalo, sobretudo o público das nossas edições especiais (temáticas e que resultam de pesquisa robusta) merecem o máximo de informação confiável possível.


Mais uma: é muito provável que a citação de Penélope tenha ficado no ar. Penélope Charmosa é uma personagem importantíssima em Corrida Maluca: é a única do sexo feminino e foi a última a ser desenhada para a série; por essa razão, é evidente (pelo menos, para mim) que tenha se tornado o xodó da equipe de desenhistas da Hanna-Barbera, à época da produção. E essa minha suspeita encontra eco no fato de que Penélope veio a protagonizar o spin-off Os apuros de Penélope (que pretendo abordar adiante), logo no ano seguinte ao término de Corrida Maluca. Além disso, há algo muito sutil sobre a personagem - descoberto na pesquisa de Intervalo para a edição especial - o qual será revelado tão somente após o devido registro em direitos autorais do último encarte de Corrida Maluca, intitulado Sistemas de Pontuação (tive requerimento inicial indeferido pelo EDA-BN em 2022, pelo fato de o especialista não ter compreendido a natureza da pesquisa, ao classificá-la como “jogo”. Um novo requerimento foi encaminhado neste mês de abril de 2024, acompanhado de carta explicativa).


SJ - Agora, só uma dúvida: o quê que a gente pode esperar aí pra comemoração dos 25 anos de Intervalo?

FF - Pois é, então anotem na agenda de vocês: dia 09/04/2024, 25 anos de Intervalo, nós vamos lançar uma edição especial, vamos lançar o selo comemorativo dos 25 anos, que já está pronto, e nós vamos lançar uma super promoção, com muitos brindes especiais para vocês. Dessa vez, a gente não vai fazer sorteio não, vamos fazer uma brincadeira com os nossos leitores, vamos fazer uma espécie de gincana. O tema da promoção já está definido, nós vamos fazer uma proposta, com 3 alternativas e os interessados vão escolher uma proposta (digo, alternativa) e vão justificar a sua escolha. Então, nós vamos ter kits de brindes super especiais para quem participar da promoção. É só ficarem ligados lá no nosso blog e no canal Momento Nostalgia, que o Sergio, como sempre, muito gentilmente ele reproduz as nossas iniciativas, e vai ser uma coisa bem legal.

Notas:

1) os interessados deverão escolher apenas uma dentre as três alternativas propostas, em consonância com o regulamento (já publicado no blog de Intervalo), melhor dizendo.

2) os kits de brindes serão destinados aos contemplados na promoção, obviamente.

SJ - E eu digo para vocês, o Francisco Filardi realmente é um cara..., como ele é um cara bastante articulado, ele tem conceito com vários veículos de comunicação, ele é um cara que tá sempre, realmente, botando essas coisas para sorteio, brindes e tudo mais. Então, Francisco, pelas suas produções, você também passa a entrar na galeria aí dos laureados com o Troféu Ação.

FF - Sérgio, eu gostaria de agradecer a você, agradecer aos espectadores do canal Momento Nostalgia, agradecer às pessoas que participaram direta e indiretamente da escolha, por olharem com carinho para o meu trabalho. Muito agradecido também pela amizade de longa data.

SJ - É isso aí, quase 30 anos, praticamente. Um abraço, valeu!

FF - Obrigado!

P.S.: se algum espectador puder nos auxiliar com os trechos inaudíveis, agradecemos.

..............

Contemplados com o Troféu Ação 2024 (em ordem alfabética):

Nostalgia: Carlos Gomes, Fernanda Furquim, Francisco Filardi (RJ), José Salles (Jaú/SP), Roosevelt Garcia, e Schmidt TV a Lenha.

Cinema: Adilson Carvalho, Ana Paula e Paulo Telles.

sábado, 13 de abril de 2024

A GUERRA, SEMPRE NÓS

O deserto e a aridez no coração explodem nos canhões e mísseis que destroem vidas. A língua afiada, as informações enganosas e o desejo de revide, apertam os botões que lançam bombas espalhando o terror. Os que pregam contra a vida humana, os que vendem armas de guerra e os que escondem seus sentimentos inconfessáveis, pregando de bom moço, silenciam ante a morte do inimigo.


Onde a diplomacia falha, a irracionalidade predomina. Parece que a diplomacia humana ainda não atingiu a maturidade, pois o órgão mundial máximo tem um Conselho que cede ao interesse de qualquer de seus membros permanentes. O que dizer daqueles que estão sempre dando razão a um dos lados?

 

Ainda não somos tão humanos como deveríamos, pois, onde o sofrimento aparece, a ignorância e a falta de amor preponderam.

 

Cosme Custódio da Silva - editor do informativo mensal O Garimpo

Editorial da edição n° 222, de janeiro de 2024

Salvador/BA - concussilva65@gmail.com

PARABÉNS, VELO CLUBE! PARABÉNS, ROBERTO DINAMITE!

Uma semana após derrotar o Noroeste, em Bauru, pelo placar mínimo, no jogo de ida, o Velo Clube, de Rio Claro, sagrou-se campeão da série A-2 do Campeonato Paulista de Futebol, ao empatar o jogo de volta em 1 a 1, com o mesmo Noroeste, no estádio Benito Agnello Castellano, o Benitão, neste sábado, 13/04/2024.  

O Galo Vermelho, como é conhecido em Rio Claro, retorna à elite do futebol profissional de São Paulo, 45 anos depois de sua única participação na competição.

Parabéns ao Velo Clube!!!

Já o Velo Clube de nossas partidas de futebol eletrônico podem ser acompanhadas no canal de Intervalo Cultural, no YouTube, em @intervaloculturalrio3051.

Se vivo, Roberto Dinamite, ídolo maior do Clube de Regatas Vasco da Gama, estaria completando, neste sábado 13/04/2024, 70 anos.

Nosso respeito e imensa saudade!

terça-feira, 9 de abril de 2024

INTERVALO CELEBRA SEUS 25 ANOS COM EDIÇÃO ESPECIAL, SELO COMEMORATIVO E SUPER PROMOÇÃO DE ANIVERSÁRIO

 

Neste 09/04/2024, Intervalo comemora 25 anos de estrada; uma jornada muito rica, cheia de altos e baixos, vitórias e derrotas, mas valente e digna de nota, afinal não é qualquer publicação independente, alternativa ou fanzine que alcança essa marca.


Parte de nossa história foi reproduzida na capa falsa da edição especial comemorativa dos 20 anos, lançada de forma antecipada em dezembro de 2018 (revisada e ampliada em julho de 2023) sobre a animação Jonny Quest, da Hanna-Barbera. Falemos, então, sobre nossas iniciativas em 2023 e neste primeiro trimestre de 2024.


Ao longo do último ano, realizamos as promoções In trash we trust e Gol, o grande momento dos games, esta última de recorde negativo: foram três meses de inscrições (de outubro a dezembro), sem que houvesse sequer um inscrito, fato inédito em nossas iniciativas.


Já em nosso Canal no YouTube (@intervaloculturalrio3051) disponibilizamos nossas partidas de futebol eletrônico, no comando do Serrano E.C., do Velo Clube e do Real Bragança. Cerca de 400 partidas foram transmitidas pelo Canal, incluindo campeonatos nacionais e torneios internacionais. Nosso verde-rubro, a propósito, chegou à final da UEFA CHAMPIONS LEAGUE, o torneio mais cobiçado da Europa; o adversário foi ninguém menos que o Barcelona/ESP. Quem quiser saber o que aconteceu nesse jogo de n° 330, disputado a 13/01/2024, é só acessar a íntegra da transmissão e a descrição da partida em:

 

https://www.youtube.com/live/1tsIgFSBVJw?si=ezZHkE15R9yKIC6e


Ainda no Canal, criamos a Playlist Jogos Espetaculares, com a seleção das nossas partidas mais eletrizantes - as vitórias gloriosas, as derrotas absurdas. Em breve, teremos a estreia do E.C. Riviera na Premier League, o campeonato inglês.

 


Enquanto isso, nosso blog pangaré segue, num vagaroso trote, rumo ao meio milhão de acessos. Estamos quase lá. Que Deus nos ajude e abençoe!

 

Hoje, 09/04/2024, celebramos 25 anos lançando a Edição Especial, com inéditas 76 páginas, sobre a série de TV Smallville, o Selo Comemorativo (que constará em nossas publicações por cerca de um ano) e a Super Promoção de Aniversário Superman no Século XXI (a primeira, mas não a única), cujo regulamento se encontra publicado na postagem a seguir. 

 

                                                                            selo comemorativo

Outra novidade é que a partir de agora, nossas edições especiais passam a ser numeradas, recebendo Smallville o número 10. A propósito, essa edição é também a primeira a receber capa tipo revista. 


A meta, agora, é chegarmos aos 30, mas para que isso aconteça precisamos da sua ajuda. O boca a boca é uma poderosa ferramenta de divulgação, para seguirmos adiante. Repasse as matérias de nosso blog, das nossas edições regulares e também das especiais, as nossas promoções e até os jogos espetaculares de nosso canal no Youtube para a sua rede de contatos - seja do e-mail, do aplicativo de conversação ou das redes sociais. Vai nos ajudar às pampas!


Ah! E esteja à vontade para deixar um comentário, um like, joinha ou coraçãozinho. Afinal, ninguém é de ferro e nós gostamos à beça disso!


Fiquem ligados, porque vem coisa boa por aí. 


Francisco Filardi - editor

INTERVALO PROMOÇÃO DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS: SUPERMAN NO SÉCULO XXI

REGULAMENTO

Vivemos num mundo conturbado, em constante e veloz transformação, marcado por incompreensão, guerras, egoísmo, intolerância, ganância e manipulação; um mundo que nos afeta diariamente pelo que nos ocorre à volta, seja numa esquina próxima, seja em outro canto do planeta. Há conflitos tão críticos, tão sofridos, que imaginamos não haver solução viável e que uma possível ajuda só viria do espaço sideral ou se existisse um super-herói.

O Superman das histórias em quadrinhos é um extraterrestre. Chegou a Terra ainda bebê, por conta da destruição de seu planetal natal. Aqui, desenvolveu habilidades extraordinárias, tornou-se um super-herói e foi forjado como um símbolo de esperança, um guardião da Verdade e da Justiça capaz de combater o mal neste que se tornou o seu planeta adotivo.

Na sua opinião, se o Superman fosse um ser real, o que ele poderia fazer...

1) ... pela humanidade?

2) ... pelo nosso planeta?

3) ... por você?

Item 1) Para participar da promoção, escolha APENAS UMA dentre as perguntas acima e justifique sua escolha em, no máximo, 3 (três) linhas. A justificativa pode ser em qualquer gênero: dramático, humorístico, romântico etc, a livre escolha do(a) participante.

Item 2) As justificativas selecionadas receberão kits de brindes os quais serão remetidos aos contemplados via Correios, sob registro, de acordo com a disponibilidade.

Item 3) Os interessados deverão encaminhar suas respostas para o e-mail intervalo.rj@gmail.com, de 09/04 a 30/06/2024, indicando no campo assunto: Promoção Superman no século XXI.

Item 4) Cada participante poderá inscrever-se apenas uma vez.

Item 5) O resultado da promoção será divulgado, a partir de julho/2024, no blog de Intervalo

(https://intervalocultural.blogspot.com)

Item 6) Eventuais dúvidas serão sanadas por e-mail.


DIVULGUE NOSSA PROMOÇÃO

REPASSE ESTE REGULAMENTO PARA SEUS CONTATOS DE E-MAIL E DAS REDES SOCIAIS - AJUDE A FAZER DESTA INICIATIVA UM SUCESSO!

sábado, 6 de abril de 2024

NORTE SHOPPING RECEBE NOVA LIVRARIA: A BORALÊ!

Para os leitores, que ficaram órfãos da Livraria Saraiva, uma ótima notícia: foi inaugurada, em 28/09/2023, no Norte Shopping, na zona norte do RJ, a simpática BoraLê!, do Grupo Promolivros.

A loja, de 300m² dispõe de livros infantis, autoajuda, clássicos e outros, inclusive títulos diversos em promoção (romances etc), na faixa entre R$15,00 e R$20,00.

Vale dar uma xeretada.   

Boralê!

Localização: a mesma loja anteriormente ocupada pela Livraria Saraiva, ou seja, no 2º piso, entre a Leader Magazine e a Monte Carlo Jóias.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

TRE-RJ INTEGRA INICIATIVA PERMANENTE PARA ATENDIMENTO ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Centro montado na Central do Brasil concentra oferta de serviços de diversos órgãos públicos em um só lugar 

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) oferece funcionamento no Centro de Atendimento Integrado às Pessoas em Situação de Rua, inaugurado nesta terça-feira (02/04). O centro de atendimento é uma das iniciativas do Comitê Interinstitucional de Atenção às Pessoas em Situação de Rua do Estado do Rio de Janeiro (Cipop-Rua/RJ), que conta com a participação de diferentes órgãos públicos das três esferas.

O presidente da Corte Eleitoral Fluminense, desembargador Henrique Carlos Figueira, participou da solenidade de assinatura do termo de cooperação  técnica, realizada na segunda-feira (1º). O acordo busca assegurar às pessoas em situação de rua acesso à Justiça e à documentação básica, garantindo o pleno exercício da cidadania.

 Centro de Atendimento

O Centro de Atendimento fica junto à Central do Brasil, na Rua Senador Pompeu s/nº. Com 300 metros quadrados, o espaço reúne diversos serviços prestados por órgãos federais, estaduais e municipais. O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h.

A área da Central do Brasil foi escolhida por ser uma área com grande concentração de pessoas em situação de rua, segundo dados do Censo do Instituto Pereira Passos, da Prefeitura do Rio de Janeiro, feito em 2022. Somente no município, o trabalho apontou que há oito mil pessoas nessa condição.

No centro de atendimento será possível obter o título de eleitor, além de registro civil, inscrição em programas sociais e rede de moradia, entre outros. Estarão presentes no local o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1), Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Prefeitura do Rio de Janeiro, Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Estado, Detran-RJ, INSS, Receita Federal, Comando Militar do Leste (Junta Militar), Associação de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), OAB-RJ e Fundação Leão XIII.

fonte: TRE-RJ

terça-feira, 26 de março de 2024

INTERVALO PARTICIPA DO IV FESTIVAL DE ARTES CIBERPAJELANÇAS E DA III EXPOZINE INTERNACIONAL 2023, EM GOIÂNIA

 

É com grande orgulho que participamos da IV Edição do Festival de Artes Ciberpajelanças e também na III Expozine Internacional, eventos organizados pelo Grupo de Pesquisa Cria_Ciber da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás.

Participaram da exposição as edições especiais de Intervalo sobre as séries de TV Anos Incríveis e Jonny Quest.
 
Agradecemos a gentileza dos organizadores, avaliadores e do público presente por prestigiarem nossas produções.

fonte: comissão organizadora dos eventos

ELEITORES TÊM ATÉ 08/05/2024 PARA TIRAR O TÍTULO DE ELEITOR, REVISAR SEUS DADOS CADASTRAIS, TRANSFERIR SEU TÍTULO OU COLHER SEUS DADOS BIOMÉTRICOS

As eleições municipais acontecem em outubro e eleitores que queiram votar devem estar com o título regularizado até o dia 8 de maio, data do fechamento do cadastro eleitoral. Após essa data não será possível fazer a coleta dos dados biométricos, emitir a primeira via do título, transferir o domicílio eleitoral ou fazer qualquer alteração nos dados do cadastro, bem como regularizar a situação eleitoral.

Não deixe para a última hora e procure qualquer um dos 165 Cartórios Eleitorais  18 Centrais de Atendimento ao Eleitor (CAE) em todo o estado. Os postos de atendimento do TRE-RJ funcionam nos dias úteis, das 11h às 17h.

De olho na biometrização do eleitorado fluminense, o TRE-RJ vem realizando ações de atendimento em locais de grande circulação, como estações de metrô, trens e shoppings.  O atendimento, nesses casos, acontece das 11h às 16h. 

As ações acontecem em meio à Semana do Jovem Eleitor, que busca incentivar pessoas entre 16 e 18 anos, faixa em que o voto é facultativo, a tirar o título eleitoral e participar das Eleições Municipais de 2024. Por isso, apesar de focar na biometrização do eleitorado fluminense, os jovens poderão aproveitar o atendimento itinerante para fazer a primeira via do documento.

SERVIÇOS ON-LINE

Caso o(a) eleitor(a) já tenha a biometria cadastrada e deseje transferir o domicílio eleitoral, alterar qualquer informação do título ou regularizar sua situação junto à Justiça Eleitoral, é possível fazer tudo isso sem sair de casa. Todos os serviços eleitorais estão disponíveis no site do TRE-RJ.

Para saber se tem ou não a biometria coletada pela Justiça Eleitoral, o(a) eleitor(a) deve fazer a consulta no site do TRE-RJ. 

Pelo Disque TRE-RJ, no telefone (21) 3436-9000, além de consultar a situação do seu título, é possível tirar dúvidas sobre os serviços da Justiça Eleitoral. O Disque TRE-RJ funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 19h.

Fonte: TRE-RJ

sábado, 24 de fevereiro de 2024

THE GOOD WIFE - UMA SÉRIE QUE VEIO PARA FICAR

Criada e produzida por Robert e Michelle King1 para a rede CBS de televisão, a série The good wife – pelo direito de recomeçar2 (2009-2016) explora os bastidores de escritórios de advocacia, dos Tribunais de Justiça e da Política. Com elenco acima da média e roteiros ágeis, sua trama tem por foco a ascensão e a queda da advogada Alicia Florrick (Julianna Margulies), que retoma a carreira após hiato de 13 anos.

Ao longo de suas sete temporadas, The good wife escancara que a Ética é vista tanto pelo Direito como pela Política como mera conveniência administrativa, à mercê de um complexo enredamento de interesses individuais e/ou de grupos específicos.

A corrupção é apresentada em sua forma crua: enraizada nas relações humanas, no tecido social e também na família. A disputa por Poder - uma constante na série - faz os envolvidos oscilarem na corda bamba da moral, enquanto se arriscam por terrenos movediços e tremendamente hostis. Advogados, Promotores, Juízes, Assessores e Políticos são parte de um jogo e basta um movimento em falso para colocá-los sob os holofotes da imprensa e/ou na mira da Polícia ou do FBI.

O buraco fica cada vez mais fundo: parceiros de longa data se tornam concorrentes vorazes; inimigos declarados se tornam aliados da vez. E para cada novo cenário, um novo estratagema. Ou seja, é um sistema autofágico.

Há dois divisores de águas em The good wife: o primeiro, dá-se a partir da terceira temporada, quando o tempo de vídeo de personagens como a mãe de Peter Florrick (esposo de Alicia) - a enxerida Jackie (Mary Beth Peil) -, e seus filhos Zach (Graham Phillips) e Grace (Mackenzie Vega) passa a escassear, dando pistas de sua impopularidade; o segundo, ocorre com a morte forçada de Will Gardner (seu intérprete, o ator Josh Charles, deixou a trama, a pedido) na quinta temporada, o que faz a série a perder força, ainda que tenha rendido alguns bons episódios em suas duas últimas temporadas.

ATUAÇÕES DESTACADAS


Além dos roteiros elaborados, a excelência da série está em seu elenco afiado, no qual se destacam, entre outros, Alan Cumming (Eli Gold), Sarah Steele (Marissa Gold, filha de Eli), Michael J. Fox (como o cínico e trapaceiro advogado Louis Canning), Carrie Preston (a impagável Elsbeth Tascioni) e Dylan Baker (o dissimulado homicida e maníaco sexual Colin Sweeney).

Além desses, Cush Jumbo (Lucca Quinn) e Jeffrey Dean Morgan (Jason Crouse) se revelaram ótimas contratações para a sétima e última temporada.

O QUE NÃO FUNCIONA EM THE GOOD WIFE

 

Em toda série, há imperfeições, equívocos ou mesmo erros crassos, seja por excessos, seja pelos habituais clichês. The good wife, é claro, não escapa disso. Vejamos algumas situações que não fariam falta, caso deixadas de lado:

1) a apelativa cena de tribunal em que Louis Canning usa uma máscara de inalação (6a temp.) para despertar a simpatia do magistrado; a propósito, Canning não é o único a se valer desse tipo de artifício: sua colega de profissão Patti Nyholm (Martha Plimpton) ignora a noção de bom senso e vai ao gabinete de um juiz conduzindo um carrinho de bebê, com idêntico propósito. O magistrado não se dá conta da manobra, encanta-se com a criança e o momento mãe de Nyholm, numa clara insinuação de que juízes são manipuláveis (no contexto da série);

2) em O julgamento (The trial, 6a temp.), Jackie telefona para Alicia e solicita sua presença na escola de Grace, onde o diretor está de posse de um bilhete no qual a advogada ameaça de morte um professor. A imprudente Grace entregara o bilhete à professora, numa aula de Moral e Cívica (!), para esclarecer se tal teor estaria protegido pela liberdade de expressão. Na sala do diretor, Alicia alega que aquilo não passara de uma brincadeira (de mau gosto, diga-se), entre mãe e filha, que não deveria ter saído do círculo familial. Decerto, uma péssima ideia dos roteiristas do episódio (Robert e Michelle King).

3) o uso de e-mails profissionais para uso pessoal, contendo mensagens comprometedoras, atitude infantil dos advogados;

4) o recurso de usar um dublê de Will Gardner na 6a temporada, numa recordação de Alicia. Dá para ver que não se trata de seu intérprete original Josh Charles, e o resultado é ruim;

5) a hipocrisia de Grace Florrick, ao criticar a mãe sobre sua relação extraconjugal com Will Gardner (6a temp.). Segundo ela, o comportamento de Alicia é avesso aos princípios cristãos. Mas a própria Grace dá as suas escapulidas para paquerar seu colega de escola Connor, às escondidas (em Lá vem o juiz, 4a temp.), o que também não é exemplo de comportamento cristão. Além disso, a cristã de carteirinha se revela uma mercenária de quinta, ao reivindicar aumento de salário e a exigir direitos de funcionária à própria mãe. No episódio Shot (7a temp.), ela diz à Alicia que pretende seguir a carreira do Direito;

6) o desnecessário casamento entre Jackie Florrick (Mary Beth Peil) e o advogado Howard Lyman (Jerry Adler), na 7a temporada;

7) as frequentes interrupções de conversas, momentos íntimos e até relações sexuais: uma porta é aberta, um celular toca: clichê repetido à exaustão, ao longo da série.

Além disso, observamos os inexplicáveis sumiços do traficante Lemond Bishop (Mike Colter), do promotor Finn Polmar (Mattew Goode) e da investigadora Robyn Burdine (Jess Weixler), na 7a temporada. De outra forma, Código aberto (6a temp.) resgata três personagens quase esquecidas: o especialista em balística Kurt McVeigh (Gary Cole), o juiz Charles Abernathy (Denis O’Hare) e a advogada Nancy Crozier (Mamie Gummer, filha da atriz Meryl Streep).

EPISÓDIOS EM DESTAQUE

 

The Good Wife traz à luz da discussão algumas questões que envolvem o uso da tecnologia. Dada a atualidade do tema, merecem destaque os episódios:

Distração (Shiny objects, 6a temp.)


Diane Lockhart (Christine Baranski) se compromete com Alicia a enviar por e-mail os arquivos de um caso que irá ajudá-la num julgamento. Entretanto, ao acessar a respectiva pasta em seu computador, Diane visualiza mensagem informando que seus arquivos foram encriptados, havendo um botão para decodificá-los. Mesmo hesitante, Diane clica no botão e todos os computadores do escritório sofrem apagão imediato. Em seguida, uma segunda mensagem exige a transferência de 50 mil dólares para uma conta não identificada, no prazo de 72 horas, para que o escritório receba a chave de decriptação, caso contrário os arquivos serão deletados dos computadores de forma permanente. Trata-se de ataque cibernético por ransomware (malware que sequestra dados, bloqueia o acesso da vítima ao próprio sistema operacional e exige pagamento de resgate, não havendo aí, porém, garantia de que o invasor cumprirá com os termos da negociação), um alerta para que usuários de computadores não cliquem em ícones, gifs animados ou links suspeitos no corpo de uma mensagem de e-mail, programas de conversação ou redes sociais. A situação de Diane é agravada ainda pelo fato de o escritório não dispor de backup dos arquivos sequestrados.

Não tripulado (Unmanned, 6a. temp.)

O episódio trata da invasão de privacidade. Um cliente de Diane, terapeuta que atende em seu domicílio, alega que um drone sobrevoa sua casa todos os dias, em horários diversos. A parte reclamada se defende alegando que se trata de varreduras de segurança. Segundo o terapeuta, alguns de seus clientes desistiram de seguir com as consultas, por conta dessa invasão de privacidade. Incomodado, o reclamante acaba por atirar e derruba o drone, ao que a empresa reclamada move ação indenizatória por perdas e danos. Independente de quem tenha razão, o episódio mostra a empregabilidade nociva dos drones: podem portar armas de fogo (de pistolas a metralhadoras), de efeito devastador; são capazes de realizar imagens térmicas e podem até incorporar roteadores wi-fi que induzem computadores pessoais desprotegidos a usá-lo, com a finalidade de furto de dados pessoais (inclusive bancários). A causa envolve a Administração Federal da Aviação quanto à legislação vigente sobre a altura mínima admitida para o voo de drones.

Código aberto (Source code, 6a temp.)

Trata dos riscos do uso de impressoras 3D para a reprodução e distribuição não controlada de armas de fogo pela internet. Como se trata de um programa de código aberto, a distribuição pode ocorrer poucas horas depois da baixa do arquivo. Tais armas, embora sejam reproduções em plástico, disparam projéteis reais. Não são detetáveis, rastreáveis ou regulamentadas. Há outro senão: sendo um programa de código aberto, pode sofrer alterações (aperfeiçoamentos) realizadas pelo próprio usuário, o que pode tornar única cada arma reproduzida em 3D. É preciso considerar ainda a possibilidade de falha na impressão e até as condições climáticas, que podem interferir no funcionamento da impressora, causando falhas que podem comprometer a integridade física do usuário.

Conduzido (Driven, 7a temp.)

Alicia Florrick, ladeada por Cary Agos (Matt Czuchry), interroga Anthony Edward Dudewitz (Joey Slotnick), especialista em tecnologia e criador de um software de direção difusa, batizado T-Port. Trata-se de uma tecnologia auxiliar para veículos automotores que permite direção autônoma (sem a participação de pessoas). O que está em questão, para Alicia, é se tal tecnologia teria sido responsável por colocar sua cliente numa cadeira de rodas. O veículo causador do acidente, equipado com o T-Port, inclui um HD com função similar a dos tacógrafos, o qual teve seus dados apagados, em razão do acidente. Alicia investiga se tais dados foram apagados de forma acidental ou intencional. A advogada introduz o assunto:

- Sr. Dudewitz, o que acha sobre o futuro da IA (inteligência artificial)?

Ela reformula a pergunta:

- O que acha da IA?

- O que quer saber? Pergunte. - responde Dudewitz.

- Corremos risco com a IA?

- Acho que ela fica mais inteligente a cada dia. Aprende nossos limites e os limites dela. Evolui. Haverá ajustes após a dominação...

Alicia intervém:

- Desculpe interromper. Como assim, dominação?

- A singularidade. Quando o sistema pode melhorar sozinho repetidamente; quando ele for melhor em recalibrar, expandir e reproduzir-se do que nós, o breve reinado da humanidade chegará ao seu inevitável fim. [...].

Cary Agos prossegue:

- Quem mais acha que a IA é potencialmente perigosa?

- Elon Musk, Stephen Hawking, Bill Gates. - responde o especialista.

- Não é uma posição atípica?

- É certamente atípica. Só gênios pensam assim, como eu. A massa está ocupada demais vendo TV (grifo nosso).

Alicia retoma o interrogatório:

- Última pergunta: como acha que o disco se apagou?

Ela reformula a pergunta:

- Acha que o carro é capaz de apagar a própria memória?

- Sim, eu acho.

- E, se acredita nisso, o programa poderia ignorar as funções de segurança?

- Eu não diria isso. - responde o especialista, demonstrando desconforto.

- Mas se acha que a IA pode transcender a ideia original dos criadores e criou a teoria da direção difusa para tornar o carro mais agressivo, mais humano, ele não poderia ignorar as medidas de segurança? Sr. Dudewitz, você tem uma resposta para isso?

- Sou inteligente.

- Um gênio. - confirma Alicia.

- Sim. E criei algo tão complexo que não posso afirmar o que ele pode, ou não, fazer.

- Então, ele pode ter colocado aquela mulher - diz Alicia, apontando para sua cliente - na cadeira de rodas?

- É possivel. - conclui Dudewitz.

O episódio foi exibido originalmente nos Estados Unidos em 15/11/2015.

Indicados ao Writers Guild of America Awards em vários anos, Robert e Michelle King não criaram, com The good wife, tão somente uma série dramática para a TV, mas tremendas aulas sobre Direito, Ética profissional e Política. É de se tirar o chapéu.

(de Francisco Filardi)


NOTAS

1 a série foi produzida em associação com os irmãos Tony e Ridley Scott.

2 The good wife deu origem ao spin-off The good fight (2017-2022), com a participação de apenas parte de seu elenco original (Christine Baranski, Sarah Steele, Cush Jumbo e Zach Grenier). Já a série policial Elsbeth, também derivada, terá seu primeiro episódio exibido nos Estados Unidos em 29/02/2024, pela rede CBS, com Carrie Preston reprisando a atuação da divertida advogada.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

UMA OPINIÃO SOBRE O FIM DO HOME OFFICE (DE FRANCISCO FILARDI)

 
A revista Você S/A n° 306, de novembro/2023, destaca na matéria de capa a significativa redução do home office, em corporações de todo o mundo. 
 
Bruno Carbinatto, autor do texto, parte da inicial euforia dos executivos quanto aos números da produtividade no trabalho remoto, durante a pandemia, e elenca alguns benefícios do trabalho à distância, como a melhoria da saúde mental dos funcionários e a eliminação dos gastos com deslocamento etc, até culminar na paradoxal decisão recente das empresas de fazer seus funcionários retomarem as atividades laborais de forma presencial. 

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Uma opinião

O trabalho remoto (home office) foi a tábua de salvação de empresas privadas e órgãos públicos durante a pandemia da COVID-19, a partir do primeiro trimestre do ano de 2020. Naquele período, de confinamento forçado, empregados, funcionários, colaboradores, terceirizados e também servidores públicos passaram a realizar parte de suas atividades diárias no conforto de seus lares. Plataformas de videoconferências como Zoom, Google Meet e Microsoft Teams, que não eram ferramentas lá muito difundidas à época, passaram a ser acessadas em escala vertiginosa.

Decorrido pouco mais de um ano do início da pandemia - com a massa da população vacinada e a COVID sob controle -, o que se ouviu de estrategistas e administradores dos setores público e privado foram discursos inflamados acerca do crescimento da produtividade, durante o trabalho remoto. 

Mas o quê, de fato, contribuiu para essa percepção? Simples: intermediários foram eliminados dos processos de trabalho. O atendimento por telefone, um dos grandes desperdiçadores de tempo nos meios corporativos, tendeu a zero; frequentes interrupções para atendimento a demandas diversas (tanto do público interno quanto externo), idem; o tempo de realização das tarefas não foi dividido com atividades paralelas; e: conversas com colegas se limitaram a eventuais contatos por softwares como o Whatsapp e o Telegram. Ou seja, os trabalhadores passaram a focar tão somente no necessário e palavras como desempenho, entregas, eficiência, números, resultados e a já citada produtividade se viram turbinadas no home office.

Hoje, pouco mais de três anos após o início da pandemia, o discurso mudou e empresas e órgãos públicos vêm suprimindo o trabalho remoto, em todo o mundo. Isto porque prevalece nos meios corporativos e no setor público a mentalidade dos séculos XVIII e XIX na relação patrão-empregado: o confiar desconfiando. Uma opção infeliz.

A palavra da moda, no retorno ao trabalho presencial, passou a ser engajamento, termo pomposo para comprometimento. De modo equivocado, empresas e órgãos públicos cravam que o trabalho remoto, apesar da significativa alavancagem na produtividade durante o home office, afetou o engajamento. Como extensão disso, seguiu-se a ilusão de que a participação ativa dos subordinados, sobretudo dos níveis operacionais, pode ser estimulada pela execução de (mais) tarefas.

Se há resultados, como pode não haver, ou haver baixo engajamento? Temos aí um paradoxo. A despeito disso, a luta de quem está no andar de cima passou a ser como propagar o amplo entusiasmo esperado dos subordinados (subentendendo-se aí que aqueles que estão em posições de comando, nos diversos níveis, já devem estar engajados) e arrebatá-los em vibração uníssona.

Entusiasmo significa encher-se da alegria divina. E engajamento resulta da adesão espontânea aos líderes. Para que isso ocorra, óbvio, é preciso haver a figura do líder autêntico. E o X da questão é que líderes autênticos são profissionais raros, raríssimos.

Comprometimento se conquista com diálogo aberto, franco, direto (sem enrolação ou cartas sob a mesa); e sólida confiança recíproca envolvendo administradores e administrados, prática esta não cultivada no cotidiano de empresas e órgãos públicos.

Onde isso impacta? De forma direta, no clima organizacional. É fácil de ver: está nos resultados das pesquisas internas (que, via de regra, constatam não haver clima de baixo para cima, dos subordinados em relação aos administradores).

Então, de posse desses dados, o que a alta administração faz para remediar as questões aparentes? Pouco, quase nada (de forma curiosa, as pesquisas acenam também os pontos críticos que a administração não deseja atacar). Mas esta ainda não é a questão. A pergunta crucial, a que empresas e órgãos públicos devem responder, é: estamos trabalhando bem? Decerto, a resposta será: NÃO.

Falta às empresas do setor privado um olhar cuidadoso sobre o seu real patrimônio: funcionários, terceirizados e colaboradores; visar ao lucro, que é sua razão de existir, sem acenar o manifesto desprezo por aqueles que fazem a grande roda corporativa girar.

Quanto aos órgãos públicos, estes vêm se valendo de práticas e técnicas administrativas do setor privado, voltadas exclusivamente para números (portanto, rezam da mesma cartilha); descuidam de seu corpo efetivo, tendem a confundir eficácia com rapidez, fazem uso de recursos materiais e sistemas ineficientes (sucateados), e a imagem pela qual zelam perante à sociedade não encontra correspondência em seu âmbito interno.

Tabelas, relatórios, estatísticas, gráficos, índices, custos e as questionáveis qualidade e transparência são termômetros usuais. Tudo precisa de ser medido. E controlado. O problema é que quando se controla demais, algo está errado. E tudo o que envolve números pode ser manipulado. Quando se fala com muita ênfase em números, é de se notar que pessoas - o genuíno patrimônio de toda e qualquer empresa privada ou órgão público, conforme citado - são desconsideradas. E decisões sem levar em conta o fator humano resultam em desastre. Pior: em ressentimento. Eis o que há de mais nocivo nos meios corporativos. Raiva é pontual. Quando sentimos raiva de alguém, sacudimos a pessoa, damos uma porrada nela e fim de conversa: tudo acaba aí. Já ressentimento… é algo que mastigamos, ruminamos lentamente mas não digerimos. E isso nos faz um mal tremendo.

É notório o fato de que algumas empresas e órgãos públicos são gigantescos paquidermes, com graves problemas nas rótulas e, portanto, sinalizam dificuldades de locomoção. Recusam-se terminantemente a remediar seus entraves burocráticos, a simplificar métodos e processos de trabalho, a aperfeiçoar seus canais de comunicação (internos e externos), a eliminar o que é excessivo, ou mesmo inservível, e a dispor da figura do facilitador, para assegurar a eficácia das tomadas de decisão, agregar valor e fazer o todo prosperar.

Por fim, nestes tempos de acelerado desenvolvimento tecnológico, já deveríamos ter iniciado conversa sobre os impactos das inteligências artificiais nos setores público e privado, em nosso trabalho e, sobretudo, em nossos empregos. Nos tornaremos obsoletos? A pergunta nos está à porta e precisamos de ser rápidos na resposta. Ou pagamos para ver ou apostamos em quem fechará a porta atrás de si, pela última vez.

É o que pressente este inconformado dinossauro.

(de Francisco Filardi)