Inspirado
nos diários de Maria Mariana, que também originaram espetáculo
teatral, livro de sucesso e série televisiva, ‘Confissões de
adolescente’ acompanha os ritos de passagens vividos pelas irmãs
Tina (Sophia Abrahão), (Bella Camero), Alice (Malu Rodrigues) e
Karina (Clara Tiezzi). Com o aviso do pai (Cássio Gabus Mendes) de
que vão ter que se mudar do apartamento onde vivem, na Barra da
Tijuca (Zona Oeste do Rio), por causa do aumento excessivo do
aluguel, as meninas prometem economizar mais dinheiro e ajudar nas
tarefas domésticas para tentar reverter a decisão. Enquanto lidam
com isso, cada uma vive um rito de passagem típico da idade: o
primeiro beijo, a primeira relação sexual, o primeiro emprego, o
primeiro rompimento...
Morando sozinha, mas ainda com pouco dinheiro
para se sustentar, Tina está em busca de seu primeiro estágio,
enquanto lida com constantes desapontamentos com o namorado de cinco
anos, Lucas (Hugo Bonemer). Bianca está em um novo relacionamento,
perto de prestar vestibular, e ainda não escolheu sua profissão, ao
mesmo tempo em que tenta ajudar uma nova colega de escola que sofre
bullying (Olívia Torres). E ainda tem que lidar com os ciúmes de
sua melhor amiga. Alice quer ter a primeira relação sexual com o
namorado (Christian Monassa), também virgem, mas percebe a decisão
que não é tão simples como ela esperava.
Mais nova das quatro,
Clara é vidrada no Facebook e começa a ser alvo do interesse de um
amigo da escola (João Fernandes), que resolve se comportar como o
vampiro Edward, da saga Crepúsculo, para conquistá-la. As atrizes
Maria Mariana, Deborah Secco, Daniele Valente e Georgiana Góes, as
protagonistas da série de TV homônima, fazem participações
afetivas no longa-metragem.
FICHA TÉCNICA
Elenco
Sophia Abrahão (Tina)
Bella Camero (Bianca)
Malu Rodrigues (Alice)
Clara Tiezzi (Karina)
Cassio Gabus Mendes
(Paulo)
Olivia Torres (Juliana)
Tammy di Calafiori
(Talita)
Hugo Bonemer (Lucas)
Christian Monassa
(Marcelo)
Guilherme Prates
(Ricardo)
João Fernandes
(Felipe)
Bruno Jablonski (Pedro)
Anna Rita Cerqueira
(Cris)
Eduardo Melo (Lucas
novo)
Lucca
Diniz (Bruninho)
Ana
Vitória Bastos (Helô)
Dieter Fuhrich (Marcio)
Julia Mestre
(Claudinha)
Bruna Griphão (Bruna)
Nina Albuquerque
(Joana)
José Victor Pires
(Marcio)
Antonio Faro (Geraldo)
Kika Freire
(professora)
Leandra Lopez
(recepcionista)
Thiago Sant'anna (homem
musculoso)
Dida Camero (Vaninha)
Carolina Loback
(empregada de Bruna)
Participações
afetivas:
Maria Mariana (Dra.
Kátia)
Daniele Valente (Mãe
de Marcelo)
Deborah Secco (Mãe de
Felipe)
Georgiana Góes (Selma)
Participações
especiais:
Thiago Lacerda (Thiago
Lacerda)
Caio Castro (Caio
Castro)
Gabriel Totoro
(vizinho)
Cintia Rosa (Renata)
A
história de Confissões de Adolescente
‘Confissões
de Adolescente’ foi um grande sucesso que marcou uma geração. A
história começou nos anos 90, quando a atriz Maria Mariana resolveu
transformar seus diários em uma peça teatral por ideia do pai
(Domingos Oliveira), com orçamento de 300 dólares. No segundo dia
de temporada, no porão do Teatro Laura Alvim, em Ipanema, o diretor
Daniel Filho foi conferir a produção por indicação de Domingos.
Encantado, imediatamente decidiu comprar os direitos da história
para TV e cinema.
Dois anos
depois, em 1994, a série estreou, com direção de Daniel, na TV
Cultura, emissora na qual foi exibida durante dois anos. Os 40
episódios, divididos em duas temporadas, também foram veiculados
nos canais Band e Multishow. A versão original foi protagonizada por
Maria Mariana, Daniele Valente, Georgiana Goés e Deborah Secco, que
interpretavam as quatro irmãs filhas do personagem de Luiz Gustavo.
A trama abordava as aventuras, dúvidas e dramas típicos da fase
entre os 13 e os 19 anos.
Quase uma
década depois da primeira estreia, o espetáculo ganhou nova
montagem, dessa vez no Teatro das Artes, na Gávea. Em 2009, o texto
foi readaptado por Matheus Souza (Apenas o Fim) e Clarice Falcão.
Somando todas as temporadas, Confissões de Adolescente ficou 20 anos
em cartaz e teve mais de um milhão de espectadores.
Em
janeiro, Confissões ganha os cinemas. Com direção de Daniel Filho
e Cris D’Amato e roteiro de Matheus Souza, o longa-metragem reúne
as atrizes Sophia Abrahão, Bella Camero, Malu Rodrigues e Clara
Tiezzi como protagonistas. O filme é produzido pela Lereby, com
coprodução da Sony e da Globo Filmes, distribuição Sony e
patrocínio BNDES.
Sobre
as filmagens
Com
orçamento de R$ 5,9 milhões, ‘Confissões de adolescente’ teve
preparação de seis semanas e contou com um mês de filmagens, 50%
em estúdio e 50% em locações espalhadas pela Barra da Tijuca. “O
processo foi muito prazeroso, bastante dinâmico e cumprimos o plano
de filmagem à risca”, explica o produtor executivo, Angelo Gastal.
Os diretores optaram por não entregar o roteiro ao elenco buscando
uma maior espontaneidade na hora das filmagens. As cenas foram
improvisadas (sob a supervisão de Luísa Thiré, responsável pela
preparação dos atores) e bem ensaiadas até que se chegasse ao
resultado final. O filme é produzido pela Lereby, com coprodução
da Sony e da Globo Filmes, distribuição Sony e um Investimento
BNDES, com patrocínio da Rio Filme, Secretaria do Estado de Cultura
do Estado do Rio de Janeiro, G.Tech, Sony Eletronic e Ancine.
Entrevista
com os diretores
Daniel
Filho
Daniel
Filho tem sua produtora, a Lereby, que é coprodutora das maiores
bilheterias brasileiras como ‘Cidade de Deus’, ‘Carandiru’,
‘O Auto da Compadecida’, ‘Dois Filhos de Francisco’, ‘O ano
que meus pais saíram de férias’, ‘Última parada – 174’,
‘Divã’, ‘A Mulher Invisível’ e ‘Cazuza - o tempo não
para’, dirigido por Walter Carvalho e Sandra Werneck. Além disso,
Daniel Filho é produtor de seus filmes: ‘Se eu fosse você’ (1 e
2), ‘Primo Basílio’, ‘A Partilha’, ‘Muito gelo e dois
dedos d’água’, ‘A Dona da história’, ‘Tempos de Paz’ e
‘Chico Xavier’. Também produziu, para a TV Globo, as séries ‘As
Cariocas’ e ‘As Brasileiras’. ‘Confissões de Adolescente’,
sua mais nova produção, estreia em 10 de janeiro.
Cris
D’Amato
A
cineasta carioca participou como diretora assistente de mais de três
dezenas de filmes brasileiros, como ‘Tainá, uma aventura na
Amazônia’, ‘Muito Gelo e Dois Dedos D'Água’ e ‘Primo
Basílio’. Com Daniel Filho, trabalhou como assistente em ‘Se eu
Fosse Você’, ‘Se eu Fosse Você 2’, ‘Tempos de Paz’,
‘Chico Xavier’ e, agora, como codiretora em ‘Confissões de
Adolescente’. Em 2006, dirigiu seu primeiro longa metragem, Sem
controle. Em 2014, estreia ‘SOS – Mulheres ao Mar’, com
Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini, também sob seu comando.
Na TV Globo, com coprodução da Lereby, dirigiu os seriados ‘As
Cariocas’ e ‘As Brasileiras’. Atualmente, dirige na emissora a
série ‘Pé na Cova’.
O
projeto de levar ‘Confissões de adolescente’ para o cinema é
uma ideia antiga. Por que agora?
Daniel
– Os direitos de ‘Confissões’ pertencem, na sua essência, a
Maria Mariana. Começou com os diários dela, depois virou uma peça
e nós compramos os direitos para fazer o seriado na TV Cultura.
Agora, 20 anos depois, estamos fazendo um filme, praticamente
partindo do mesmo material inicial, mas, logicamente, com outros
recursos depois da passagem dos anos. Há uns três, quatro anos, o
Rodrigo Saturnino, da Columbia, perguntou por que a gente não fazia
o ‘Confissões’. Realmente, me parecia que era uma dívida que
eu tinha. Tinha que fazer o filme na medida em que já tinha feito
seriado. Espero, assim, fechar o ciclo das adolescentes.
O que
o levou a chamar a Cris D’Amato para codirigir o filme ao seu lado?
Daniel
- Estou passando o meu bastão para ela. Um dos motivos de eu ter
convidado a Cris para codirigir está ligado ao meu envolvimento
emocional com o projeto. Afinal, eu dirigi 37 episódios e produzi
mais 15. Trabalhei em 52 episódios do ‘Confissões’ para a TV,
então me sentia esgotado, com muito receio de me repetir. É
complicado fazer tantos episódios e ter assuntos novos do universo
adolescente. Eu e a Cris trabalhamos juntos há tanto tempo, que foi
uma escolha natural, e ela conseguiu abrir uma vaga na agenda dela
para fazer esse trabalho (risos). O meu entendimento com ela é
total, estou me sentindo até como os Irmãos Cohen, um fala, o outro
entra, temos uma ligação muito boa. Eu achei que não tinha ninguém
melhor do que a Cris para dividir o filme comigo.
Como é
trabalhar com o Daniel Filho?
Cris -
Quando ele me chamou para ser diretora assistente de ‘Se eu
fosse você’, fiquei com medo. De ser bravo, me esculhambar no set
(risos), mas nos demos super bem. O Daniel é um gênio, e a bronca
dele tem uma razão de ser, é sempre a favor da obra. Ele é
daquelas pessoas muito exigentes, mas sem ser mimada. Além disso, é
um dos profissionais que mais entende de cinema e de TV no Brasil. E
tem uma memória invejável, é uma enciclopédia sobre o assunto!
Como
foi a escolha do elenco?
Cris -
Foram quase 450 meninas sendo testadas. Mas, se você separasse, ia
ver que tinha 100 ali Claras, 100 Malus etc, porque a essência é a
mesma. Eu tenho filhos adolescentes e vejo nestas meninas aquilo tudo
que meus filhos fazem comigo – e o que faço com eles. Quando eu
vejo as quatro juntas, tenho a sensação de ver um mapa dos
adolescentes.
Daniel
– No filme, eu não tinha como não trazer as atrizes que
fizeram a série: Deborah Secco, Dani Valente, Maria Mariana e
Georgiana Góis. Então, todas elas fazem uma pequena participação,
que eu chamo de participação afetiva, como se elas tivessem
abençoando o filme novo. Para o pai, cheguei a pensar no Tony Ramos,
mas ele já seria praticamente o avô (risos). Então, pensei no
Cassinho, que é um ator com quem eu gosto muito de trabalhar.
O que
mudou no comportamento adolescente nesses 20 anos entre o seriado e o
filme?
Daniel
- Houve uma mudança de comportamento muito grande nestes 20
anos, mas não houve uma mudança de sentimentos nas adolescentes. A
sociedade pode ter ficado mais tolerante ou mais compreensiva com o
comportamento sexual de uma garota de 15 anos, ela pode ter mais
liberdade em casa ou apoio, mas não mudou na menina o sentimento
dela.
Cris -
É claro que certos sentimentos nunca mudam: a sensação do primeiro
beijo, da primeira transa, do primeiro grande problema... Mas hoje o
adolescente é muito mais tecnológico, né? Está conectado o tempo
inteiro. Também percebo que não há mais diários fechados. O
Facebook, quando pergunta ‘O que você está pensando?’, se
tornou um grande diário aberto. Que tem muita mentira também, né?
(risos).
Nas
filmagens, por que optaram por não entregar o roteiro aos atores?
Daniel
- Este não é um filme em que o texto é fundamental para se
chegar ao personagem. Queríamos a emoção que leva alguém a dizer
“eu tô de saco cheio”. Então, achei que era melhor dar o texto
na hora, no dia. Às vezes, eu mostrava a cena, marcava a cena, dizia
o que era para fazer e só depois o ator sabia o que diria naquela
cena. Fiz isso para manter a espontaneidade, até porque nem todos
eram muito experientes.
Cris -
Nenhuma tinha feito cinema, além da Olívia. Elas são tão
espontâneas... O subtexto, aquele diálogo, faz parte do mundo
delas. Nós sentimos, nas primeiras cenas, que se entregássemos
antes o roteiro, viria uma coisa meio cristalizada, meio decorada. O
adolescente, na verdade, fala o que vem na cabeça e era exatamente
isso o que nós queríamos, que aquele texto fosse bem fresco, para
que eles pudessem contribuir com o que estivesse na cabeça deles.
Daniel
- Outra coisa que a gente vai perdendo com a idade é a
espontaneidade. O adolescente ainda não montou a censura, fala o que
acha, a não ser quando quer fazer chantagem para pai e mãe. E tem
também as mudanças imediatas: pode estar chorando muito, mas em
minutos sai do quarto dizendo que vai à festa. Até em doença, num
momento está passando mal, no outro já está rindo em frente do
computador, ótimo. Todos nós fomos assim, quando jovens.
O que
vocês abordam no filme?
Daniel
– O seriado tinha praticamente um tema por episódio. No filme,
a gente reuniu vários temas importantes, ligados às quatro
personagens principais e também aos outros adolescentes da história.
Falamos dos principais ritos de passagem, sem grandes dramas de
processos dramatúrgicos, shakespearianos... Mas, realmente, dos 13
aos 18 anos as pessoas não param de mudar. É quando a gente deixa
de ser essa pessoa absolutamente espontânea, descompromissada com a
vida e passa a ter a responsabilidade do que eu vou fazer da minha
vida, quem eu sou?! Então, essas perguntas todas são contadas de
uma forma, às vezes com todo o sentimento que ela tem, mas também
de uma maneira leve. Nós tentamos manter todo o clima terno que
tinha o seriado.
Cris –
As primeiras coisas das nossas vidas nunca vão deixar de ser as
primeiras, independentemente da época em que a gente viver. Acho que
nós trabalhamos isso de uma maneira bem bacana.
Algum
adolescente surpreendeu vocês com gírias e manias?
Cris –
As gírias não, mas os escritos, por exemplo: vlw, leka, leke. Que
leka? Até entender que é moleca, moleque... Tem algumas coisas que
a gente ouve e não entende de primeira.
Daniel
– O dialeto deles não tem mais o “e aí, beleza?”, “morou,
bicho?” Mas antes de fazer o filme, nós fizemos uma pesquisa.
Contratamos uma empresa que fez uma pesquisa perguntando o que eles
estavam esperando de um filme que tem o nome de ‘Confissões de
Adolescente’. Duas mil pessoas foram entrevistadas. Tentamos, ao
máximo possível, ficar em terra firme porque nós não estamos
tratando de uma história que tem inicio, meio e fim. Estamos
retratando uma turma, entrando em uma tribo, com todas as suas
problemáticas. O filme não conta a história de quem matou, quem
morreu, quem vai ficar junto ou não vai, ele não tem esse objetivo
de dramaturgia de “qual é o gol do final?”. Contamos diversas
historinhas.
Cris –
Fora isso, o tratamento maior foi escrito por uma pessoa que era
quase adolescente (Matheus Souza).
Daniel
– Sim. Uma pessoa que tem 25 anos, que já escreveu filme, já
dirigiu... Eu trabalhei no último filme dele, que ainda não foi
exibido, aliás. Eu acho que ele trouxe uma grande contribuição,
propondo cenas nas quais eu jamais teria pensado. Mas ele propôs, eu
assumi e estou vendo que a garotada está achando que aquilo é
aquilo mesmo. Tive uma boa resposta dos garotos vendo, ninguém achou
careta, nem paternalista. O nosso maior medo era mostrar a visão dos
pais e não dos adolescentes. Não tem isso no filme, espero eu.
Entrevista
com Matheus Souza (roteirista)
Como
surgiu o convite para escrever o roteiro de ‘Confissões de
Adolescente’?
Eu já
tinha certa familiaridade com a obra por ter adaptado e dirigido a
montagem mais recente da peça no teatro. E fiquei próximo do Daniel
quando o convidei para fazer uma participação especial no meu
segundo filme como diretor, ‘Eu não faço a menor ideia do que eu
tô fazendo com a minha vida’. Ele não apenas aceitou, como foi
muito gentil e doce comigo e a equipe durante a filmagem. Acredito
que, a partir disso, criamos um carinho um pelo outro que o fez
pensar em mim para esse novo projeto. Fora isso, eu tenho 25 anos,
minha adolescência foi tipo ontem, né?
Como
foi o processo de criação do roteiro? Em que aspectos, além da
linguagem, ele se diferencia da adaptação que você já tinha feito
para o teatro?
Foi um
processo bem diferente para mim. Eu estava acostumado ao meu esquema
de filmes independentes, que eu mesmo dirijo, sem expectativa de
mercado, sem uma marca já forte no próprio título. Então, foi um
processo bem rico de aprendizado, de ouvir bastante, tentar entender
a visão de outras pessoas e, ao mesmo tempo, juntar tudo isso com o
meu toque pessoal. A principal diferença entre as duas adaptações
é que o filme se concentra mais na série, no formato do pai com as
quatro filhas.
Quais
foram as suas inspirações para escrever o roteiro?
Eu
trabalho muito com referências e uma das partes mais bacanas do
processo foi dividir isso com o Daniel. É incrível você descobrir
que um dos maiores diretores brasileiros adora descobrir coisas
novas, está sempre se atualizando. Eu assisti a ‘Girls’ (seriado
americano) com o Daniel Filho! Fora isso, conversamos muito sobre os
filmes ‘Superbad’ e ‘As Vantagens de Ser Invisível’. Ainda
passei um tempo me aprofundando em seriados como ‘Gossip Girl’,
‘Glee’, ‘Skins’, ‘Awkward’ e ‘Suburgatory’. Mas a
maior inspiração de todas foi sempre o próprio ‘Confissões’.
Você
fez algum tipo de pesquisa para descobrir os hábitos dos
adolescentes (sociais, virtuais e até mesmo linguísticos) de hoje
em dia?
Eu
assisti a milhares de vídeos do YouTube, li outros milhares de
perfis de Twitter de adolescentes aleatórios. Fiz entrevistas
informais com todos os adolescentes ao meu redor: primos, irmãos de
amigos, filhos de amigas da minha mãe... Eu realmente quis que tudo
soasse verdadeiro e sincero no filme.
Qual
foi a sensação ao ser chamado para readaptar o texto da Maria
Mariana?
Quando
você lida com uma obra tão querida por toda uma geração, há que
se ter um cuidado com esse público. É claro que o jovem mudou e
foram necessárias várias atualizações, mas é gostoso manter
também detalhes da obra antiga para mexer com o saudosismo das fãs.
Como
você vê as produções nacionais voltadas para o público jovem
atualmente? O que ainda falta?
O meu
maior problema é com as produções nacionais jovens para a
televisão. Todas tratam o jovem como um tolo, as cenas de humor são
terríveis, os dramas são reciclados, as redes sociais são tratadas
de maneira boba e artificial. Acredito que uma produção jovem tem
que acrescentar algo a ele (e não falo de lições de moral caretas)
e funcionar como um "abraço". O jovem deve se identificar
a ponto de se sentir abraçado por aquela obra, de ver que não está
sozinho naquilo que está vivendo. Foi assim que me senti assistindo
às obras de referência para o roteiro do ‘Confissões’.
Quais
são seus próximos projetos?
Meu
segundo longa, ‘Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu tô Fazendo
Com a Minha Vida’, estreia em 20 de dezembro. Em janeiro, devo
gravar o terceiro, novamente independente e entre amigos, para
completar a trilogia. É uma comédia chamada ‘Tamo Junto’,
inspirada pelas comédias que marcaram minha adolescência como
‘Superbad’, ‘American Pie’, ‘O Virgem de 40 anos’ e
‘Penetras Bons de Bico’. Eu devo dirigir e atuar nesse filme ao
lado do Gregório Duvivier. Tenho um outro longa em desenvolvimento
com a Conspiração, esse no formato clássico, de ‘gente grande’.
Entrevista
com Maria Mariana, idealizadora do projeto ‘Confissões de
adolescente’
Filha do
dramaturgo e diretor Domingos Oliveira, Maria Mariana é escritora,
atriz e diretora. A história de ‘Confissões de adolescente’
nasceu dos diários que ela escreveu dos 13 aos 19 anos, textos que
originaram espetáculo teatral, livro que virou best-seller, seriado
para a TV e, agora, longa-metragem. Mãe de quatro filhos, ela
também é autora do livro ‘Confissões de Mãe’. Dirigiu, em
2013, o documentário ‘Confissões de Adolescente’ e planeja
voltar à cena em 2014 com o monólogo ‘Barco de Papel’, escrito
por ela e dirigido por seu pai.
Qual é
a sensação de ver ‘Confissões de adolescente’ chegar aos
cinemas depois de uma trajetória bem-sucedida nos palcos, na
literatura e na TV?
É uma
emoção muito grande. O Daniel Filho foi ver a peça no segundo dia
de temporada. Na manhã seguinte, ligou para o meu pai (Domingos
Oliveira) querendo comprar os direitos para o cinema e para a TV.
Mas, naquela época, o cinema era praticamente inexistente no país.
Então, fomos para a TV, mas gravamos tudo em película, com
qualidade de cinema. A série foi emblemática para o Daniel também
porque foi o primeiro trabalho que ele fez depois de deixar a TV
Globo. Nesse meio tempo, os direitos foram vendidos, voltaram para
mim e, depois, para o Daniel. E tinha que ser assim porque ele também
tem uma ligação muito afetiva com o ‘Confissões’.
Apesar
da idealização de ‘Confissões de Adolescente’ ser sua, o
roteiro do filme (de Matheus Souza) é bem diferente do texto
original. Como foi para você ver essa transformação?
Não vou
dizer que foi fácil porque não foi (risos). Em 2008, eu planejava
montar a história original e dirigir o espetáculo. Cheguei a testar
atrizes, ensaiar, mas depois desisti. Estava mais velha, com quatro
filhos e não sabia mais se conseguiria transmitir essa
espontaneidade de uma geração que o ‘Confissões’ requer. Aí,
chamei o Matheus Souza, que reescreveu a história com a Clarice
Falcão, e conseguiu apresentar essa verdade da adolescência. Então,
quando ele foi escolhido para ser o roteirista do filme, já conhecia
e gostava do trabalho dele. No começo, tivemos a ideia de juntar as
atrizes da série e mostrar a relação com seus filhos, mas o
projeto perderia a voz dos adolescentes. Do jeito que ficou,
mantivemos a essência original.
Você
fez um documentário sobre ‘Confissões de Adolescente’. Pode
falar um pouco sobre o projeto?
O Daniel
Filho sempre quis fazer um making of do filme que fugisse do
tradicional. Conversando com ele sobre o assunto, chegamos à
conclusão de que seria interessante fazer um documentário partindo
do making of e que cobrisse os 21 anos de história de ‘Confissões
de Adolescente’. Participei dos bastidores das filmagens,
entrevistei os atores do filme e de diferentes montagens da peça
(que ficou 20 anos em cartaz), e reuni muitas imagens dessa
trajetória. A partir desse material, conseguimos perceber mudanças
sociais e culturais do país.
E como
foi fazer uma participação afetiva no filme?
Foi
emocionante reencontrar as outras meninas. Acho que, com o filme,
fecho essa saga da melhor maneira possível. E chega o momento de
começar um novo ciclo.
Hoje,
você tem uma filha adolescente. A Clara, de 13 anos. Como é a sua
relação com ela?
Dei tanta
entrevista como porta-voz dos adolescentes e hoje percebo que não é
tão fácil conhecer a adolescência assim (risos). Mas somos muito
próximas, amigas, e tento que ela receba tanta informação da
família quanto do mundo. Dizem que eu deveria escrever o livro
‘Confissões de mãe de adolescente’, mas acho que não terei
essa coragem (risos).
Entrevista
com o elenco
Sophia
Abrahão
Sophia ficou conhecida
do grande público com a personagem Alice Albuquerque, patricinha que
interpretava na novela ‘Rebeldes’ (Rede Record, 2011). Ela fazia
parte do elenco fixo da trama e percorreu todo o país como vocalista
da banda. Em ‘Confissões de Adolescente’, ela vive Tina. Seu
personagem originalmente se chamava Diana e era interpretada pela
autora da série, Maria Mariana. Sophia também participou da
montagem para teatro em 2010. Ela começou sua carreira aos 14 anos,
como modelo, profissão que a levou a conhecer países como China,
Japão e Cingapura. Em 2008, foi aprovada em um teste para a novela
‘Malhação’, na qual deu vida à personagem Felipa durante uma
temporada. Ela também fez uma participação na série ‘Bicicleta
e Melancia’ (Multishow). Já recebeu o Meus Prêmios Nick 2011
(Atriz Favorita) e Capricho Awards 2012 (Melhor Atriz Nacional, Mais
Estilosa e Melhor Instagram). Sua presença digital também é muito
forte. Só no Twitter, Sophia tem quase dois milhões de seguidores.
Recentemente, ela começou a apostar na sua carreira solo como
cantora e se prepara para lançar seu primeiro disco. Ela também
está no ar na novela ‘Amor à Vida’ (Rede Globo, 2013).
Como surgiu o
convite para participar de ‘Confissões de Adolescente’?
Quando soube do teste
para o filme fiquei muito empolgada, tinha feito a peça em 2010 e
queria muito fazer parte do longa! Foram quatro testes no total, até
vir a resposta de que estava no elenco! Uma vitória na minha
carreira!
Você nunca tinha
feito cinema. Como foi essa experiência, comparada às anteriores em
TV e teatro?
Sim, foi minha primeira
experiência com cinema e eu posso dizer que me apaixonei. Todo o
cuidado, o trato com as cenas, a atenção da equipe é diferente da
TV, na qual, por ter um volume maior de conteúdo a ser gravado,
funciona mais rápido. Adorei a experiência e vou amar repetir!
Como foi trabalhar
com o Daniel Filho?
Inesperado! Não achei
que isso fosse acontecer comigo! Sou muito fã, fiquei extremamente
honrada quando soube que foi o próprio que escolheu o elenco! Eu me
diverti muito com o Daniel, que apesar de botar um pouco de medo na
gente, é o máximo! (risos)
Como você se
preparou para o papel? O seu contato com os fãs nas redes sociais
foi uma fonte de pesquisa?
Sempre é. Fico em
contato diário com pessoas que tem realidades bem parecidas com as
personagens do filme. Gosto de ouvir um pouco de cada um... É como
construir um personagem novo em cima disso! Não deixa de ser um
trabalho em conjunto! Claro que contamos com a Luisa Thiré para
preparação, que fez total diferença.
Quais as diferenças
entre a sua personagem no teatro e a do cinema?
Acabou que não foram
as mesmas personagens... No teatro, atuávamos em cima de esquetes,
não havia um personagem, toda cena era uma coisa nova. A Tina do
cinema vem bem definida, com traços bem marcados. Adorei
interpretá-la. Acho que é uma garota bem diferente de mim, apesar
de termos a idade em comum!
Você acha que seus
fãs vão estranhar te ver na telona sem estar muito produzida?
Se eles vão estranhar
não sei, agora que eu estranhei, eu estranhei muito! (risos) Dava
muita vontade de passar um rímel! Vai ser duro me ver ser make na
telona... Mas é isso aí, eu sou atriz e não modelo.
Nesses três anos
entre sua participação na peça e o filme, você já sentiu alguma
diferença de linguagem ou de interesse nos adolescentes? Se sim,
quais?
Sim! Acho que a relação
com as mídias sociais cresceu muito. Eu lembro nitidamente quando o
Twitter começou, era uma coisa meio distante, até meio cool... Só
alguns tinham. Hoje é muito difícil achar quem não tenha seu @.
Qual a sua relação
com o Confissões de Adolescente? Você tinha diário, quando mais
nova?
Nunca tive diário, mas
me identifico muito com várias cenas do filme! Quem foi ou é
adolescente vai se identificar também! E o mais divertido é
reconhecer e dar risada das situações mais banais, mas que na hora
parecem o fim do mundo! Bem coisa de adolescente, mesmo!
Você se identifica
com a Tina? Quais são as principais semelhanças e diferenças?
Assim com a Tina, saí
de cada cedo e fui atrás dos meus sonhos... Acho que somos
batalhadoras e guerreiras. Mas a Tina é mais fechada do que eu, ela
guarda alguns sentimentos pra ela, coisa que eu não consigo fazer!
Vocês só recebiam
o roteiro no próprio dia das gravações. Qual diferencial essa
técnica proporcionou?
Eu adorei o desafio!
Confesso que estava com medo, mas deu tudo certo no final. Acho que o
objetivo do Daniel era dar um frescor para o filme, e, pelo que eu
senti, ele conseguiu! O filme está muito atual e dinâmico! Os
diálogos estão bem naturais, com cara de novo!
Você lembra de
alguma história engraçada que aconteceu durante as gravações?
As broncas do Daniel
eram as melhores! Ele faz aquela cara de bravo, fala grosso, a gente
fica morrendo de medo... E depois cai na gargalhada! Amei trabalhar
com ele! Eu me diverti muito! Ri muito com as minhas irmãs, o
ambiente era muito bom!
Quais são seus
próximos projetos?
Estou no ar em "Amor
à vida" até fevereiro e lanço meu segundo single, que se
chama ‘Flores’. Continuo com o meu blog de moda todo dia no ar, e
muita coisa para correr atrás em 2014!
Bella
Camero
Carioca
criada em Minas Gerais, Bella Camero, 21 anos, começou sua carreira
na TV na temporada 2011 da novela “Malhação”, chamada
“Conectados”, na qual interpretava a personagem Isabela.
‘Confissões de Adolescente’ marca sua estreia no cinema. Ela
será Bianca, vivida por Georgiana Góes na série de TV. No teatro,
participou da montagem de ‘Confissões’, em 2009. Este ano,
esteve em cartaz com ‘A Pior das Intenções’ e agora está no
elenco da peça ‘Deixa Que Eu Te Ame’, dirigida por Aderbal
Freire-Filho, com texto do Alcione Araújo, no teatro Eva Herz. Bella
também fez participações nas séries ‘Louco por Elas’ (TV
Globo, 2012), ‘Ger@l.com’ (TV Globo, 2009) e no curta “O
Vampiro do meio-dia”.
Como
começou sua carreira como atriz? Você é formada em alguma outra
área?
Minha mãe
é atriz. (Dina Camero, que faz uma cena no filme, aliás!). Cresci
acompanhando as peças do Tablado e, desde os dois anos, ganhava vez
ou outra um figurino e um papel num espetáculo! Mas, apesar disso,
cresci dizendo que ia estudar biologia. Cheguei a me matricular na
faculdade de engenharia ambiental, mas uma semana antes de começarem
as aulas, “deu a louca” e eu acabei indo estudar artes cênicas.
Como
surgiu a oportunidade para participar de ‘Confissões de
Adolescente’?
Testes e
mais testes! (risos) Fizemos vários.
Você
nunca tinha feito cinema. Como foi essa experiência, comparada às
anteriores em TV e teatro? Vocês só recebiam o roteiro no próprio
dia das gravações. Qual diferencial essa técnica proporcionou?
Filmamos
em menos de um mês, foi uma loucura. Sabia pouco da história,
então, às vezes, eu ficava perdidinha, sem saber de onde vinha,
para onde ia, tentando roubar informações da Luiza Thiré, a nossa
preparadora. E tendo que pegar a intimidade com cinema, o foco
milimétrico, perfeitinho, os pontos de vista... Ou seja: um monte de
informação ao mesmo tempo. Só não entrei em desespero porque
sabia que estava nas mãos de um grande diretor, que sabe exatamente
o que quer dentro do set!
Como
foi trabalhar com o Daniel Filho?
Tem como
não ficar feliz com alguém que tem sempre um pote de jujuba?
O Daniel
perguntava muito a nossa opinião. Do texto ao figurino. Gostava de
saber de tudo da nossa vida e opinava! Ele fala tudo na cara, "no
filter"! (risos) Essa franqueza, no fim das contas, traz muita
confiança.
Como
você se preparou para o papel?
A
preparação maior foi estabelecer as relações entre as
personagens, criar uma cumplicidade. Fizemos improvisações com as
irmãs, com os outros núcleos. Aí as cenas fluem mais fácil. Mas a
primeira tarefa que o Daniel nos deu foi decorar a música ‘Sina’,
de Djavan.
Em que
ano você participou da montagem de Confissões? De lá para cá,
você já sentiu alguma diferença de linguagem ou de interesse nos
adolescentes?
Fiz a
peça de 2009 a 2011 e, nesses três anos, sempre fazíamos
alterações para acompanhar o público. A diferença está
exatamente na linguagem e nos interesses, pois as questões que
envolvem a adolescência são quase as mesmas: o primeiro beijo,
primeira vez, escola, drogas, escolha de profissão... O que muda é
o mundo ao redor. A internet que permeia intensamente o dia a dia, as
bandas, a forma de se vestir, gírias... Lembro que na peça
falávamos de MSN. Se fossemos nos apresentar hoje, não há dúvida
de que teríamos que mudar isso. Acho que o ‘Confissões’, seja
no teatro, livro ou no cinema, busca, acima de tudo, identificação.
Talvez os temas não sejam tanto um tabu, como na época da primeira
montagem, mas não necessariamente se tornaram fáceis de lidar.
Adolescência é um período cheio de angústias, decisões,
mudanças. Tentamos tratar com leveza desse momento e mostrar que
sim, dá pra sobreviver!
Qual a
sua relação com o ‘Confissões de Adolescente’? Você tinha
diário, quando mais nova?
Eu já
tinha ouvido muito falar do que foi o ‘Confissões’ de 1992 e
também do sucesso da série. Participar da montagem de 2009 foi
incrível. Acabei criando uma relação de carinho e apego com essa
história, pois a Maria Mariana permitiu que o adaptássemos da forma
que ficasse mais próxima da nossa geração. Éramos eu, Sophie
Charlotte, Clarice Falcão e Louise D'Tuany. O Matheus Souza assumiu
a direção e ficamos oito meses mergulhados nisso. Emprestamos
muitas histórias e segredos. Então, fazer parte do filme foi uma
coisa que eu quis imensamente!
Você
se identifica com a Bianca em algum aspecto? Quais são as principais
semelhanças e diferenças?
Eu sou
completamente indecisa, que nem a Bianca. Eu tenho dificuldade de
escolher sozinha até o que eu vou comer, mas sou bem menos
esquentadinha do que ela! É que Bianca guarda tanta coisa dentro
dela, que uma hora o controle vai pras cucuias e ela explode!
Como
você acha que a questão da sexualidade é vista entre os
adolescentes hoje em dia?
Acho que
se fala mais abertamente sobre a sexualidade nos dias de hoje, mas
ainda é um diálogo difícil, principalmente na família. É um
período cheio de dúvidas e novidades. Um aspecto positivo da
internet é a quantidade de informação que você pode obter ali. E
pra quem tiver mais dificuldade de falar sobre esses assuntos cara a
cara, a conversa online pode ser mais fácil, afinal a gente não
gagueja digitando!
Você
lembra de alguma história engraçada que aconteceu durante as
gravações?
Teve uma
filmagem na Praia de Copacabana, na qual andávamos no calçadão e a
câmera pegava tudo de longe. Era a última cena do filme,
superbonitinha. Durante o take, começaram a reconhecer o Cássio
(Gabus Mendes) e ele tendo que fingir que não ouvia, para não
precisar parar a cena! A gente conseguiu segurar o riso até o
momento em que pararam a Sô (Sophia Abrahão) pra entregar um
panfletário de tratamento dentário no meio da cena!
Quais
são seus próximos projetos?
Estou
agora a peça ‘Deixa Que Eu Te Ame’, dirigida por Aderbal
Freire-Filho, com texto do Alcione Araújo, no teatro Eva Herz, da
Livraria da Cultura, no Rio de Janeiro.
Malu
Rodrigues
A atriz
Malu Rodrigues, de 20 anos, já tem grande experiência nos palcos e
na televisão. Esta no ar no seriado ‘Tapas e Beijos’, como a
personagem Bia, e participou de grandes espetáculos musicais do
país, como ‘O Mágico de Oz’, no qual viveu a protagonista
Dorothy, ‘O Despertar da Primavera’, ‘A Noviça Rebelde’ e
‘Sete – O musical’. Esteve no elenco das novelas ‘Pé na
Jaca’ e ‘Três Irmãs’ e da minissérie ‘JK’, entre outros
trabalhos. ‘Confissões de Adolescente’ é seu primeiro grande
trabalho no cinema. Ela vive Alice, personagem interpretada por
Daniele Valente na série de TV.
Como
começou a carreira artística?
Eu era um
bebê bonitinho e, aos 2 anos, meu pai e minha avó me levaram para
uma agência de atores. Fiz meu primeiro trabalho, aos 2 anos e meio,
um especial de 10 anos da Xuxa.
Como
foi sua escalação para viver a Alice?
A Marcela
Altberg, produtora de elenco, nem chegou a me chamar no início dos
testes, porque eu estava no elenco de ‘O Mágico de Oz’ e ela
sabia que eu nunca faltava. Até então, nunca tinha faltado a
nenhuma sessão de nenhum dos espetáculos que fiz! Mesmo doente, eu
vou. Sou muito apegada aos meus personagens! E, se fizesse o filme,
teria que abrir mão de algumas sessões. Mas, quando eu soube do
projeto, quis participar. Seria a chance imperdível de trabalhar com
o Daniel Filho e com uma história que é um ícone de adolescentes
de diferentes gerações. Fui conversar com ele. Depois de uma hora e
meia de conversa, ele, que já conhecia meu trabalho, me deu o papel.
Durante um mês, passei algumas noites dormindo quase nada para dar
conta do espetáculo e das filmagens – e tive que ser substituída
em algumas sessões.
Você
se identifica com os conflitos pelos quais passa Alice no filme?
Hoje não
mais. A Alice tem 16 e eu tenho 20, estou mais perto da idade da
Tina. Mas acho que, de alguma maneira, a gente se identifica com
todas as quatro meninas porque passamos por aquilo tudo: primeiro
beijo, primeira menstruação, primeira transa, o primeiro amor, a
escolha da profissão, o desinteresse por aquele menino que a gente
gostou por anos...
Você
esteve no elenco do filme ‘Didi quer ser criança’ aos 11 anos, e
depois não teve outra participação em longas-metragens até agora.
Como foi para você esta nova experiência?
Considero
‘Confissões de adolescente’ o meu primeiro longa de verdade, já
que eu era muito criança quando fiz ‘Didi’. Foi tudo muito novo!
Só tenho a agradecer a generosidade da equipe nesse sentido, que
teve muita paciência e nos explicava tudo. O grande trauma foi a
falta de maquiagem! (risos). Não podíamos usar base, blush, rímel,
nada! Abdicamos de toda a beleza.
No
filme, você tem uma cena de nudez parcial, como já havia acontecido
na peça ‘O Despertar da Primavera’. Você lida bem com isso?
Quando a
nudez não é gratuita, tem um propósito na obra, é tudo muito
tranquilo. Tanto em ‘Confissões’ quando em ‘Despertar’, a
personagem está descobrindo a sexualidade. No caso do filme, cada
gesto que fizemos em cada cena, cada movimento foi muito ensaiado, o
que facilitou bastante. A gente sempre gravava de primeira.
Quando
começou a carreira nos musicais?
Quando eu
fiz 13 anos, eu dei a sorte de estar no período do boom dos
musicais. Foi quando eu fiz a 1ª audição, para ‘A Noviça
Rebelde’, e passei. Desde então, fiz vários musicais como: ‘Sete
– O musical’, ‘O Despertar da Primavera’, ‘O Violinista no
Telhado’ e três meses da temporada de ‘Beatles num Céu de
Diamantes’. E agora vou fazer o sétimo: o musical sobre Chico
Buarque, que a dupla Charles Moeller e Claudio Botelho vai estrear em
2014.
Clara
Tiezzi
Aos 14
anos, Clara faz sua estreia no cinema com ‘Confissões de
Adolescente’. Ela será Karina, personagem interpretado por Deborah
Secco na série de TV. Clara ficou conhecida por interpretar a
blogueira Mabi na novela Ti-ti-ti (TV Globo, 2010). Atualmente está
no ar como a Clara, de ‘Malhação’, e já fez parte do elenco de
‘Rebeldes’ (Rede Record). Ela era Mariana e sua personagem era fã
de Alice Albuquerque (Sophia Abrahão) e tentava imitá-la em tudo.
Sua carreira começou cedo, aos 4 anos, quando entrou em um curso de
teatro. Sua estreia na TV foi aos sete, em ‘Teca na TV’.
Como
você começou na carreira de atriz?
Comecei
aos 4 anos. Minha mãe viu um encarte de aula de teatro e perguntou
se eu tinha interesse em fazer uma aula experimental. Eu fui e
adorei! Então me inscrevi em uma agência e comecei a fazer
propagandas para TV. Aos sete anos fiz a Teca, no ‘Teca na TV’, e
não parei mais. Em 2010, fiz a novela ‘Ti-ti-ti’ e agora estou
em ‘Malhação’.
Como
surgiu a oportunidade para participar de ‘Confissões de
Adolescente’?
Minha
empresária me indicou para eu fazer o teste para o filme e eu fui.
Foram umas duas ou três fases até eu conseguir o papel. Foi minha
primeira experiência no cinema! Maravilhoso! Foi genial, muito,
muito, muito, muito bom! Cinema, teatro e televisão são as minhas
maiores paixões.
Você
nunca tinha feito cinema. Como foi essa experiência, comparada às
anteriores em TV?
Eu amo
cinema por causa das suas pausas, do sentimento, tudo nele fica mais
intenso. Na TV, tudo é mais dinâmico. Eu gostaria de fazer mais
coisas no cinema no futuro. Uma pessoa que eu admiro muito, muito,
muito pela carreira no cinema é a Dira Paes.
Como
foi trabalhar com o Daniel Filho?
Foi muito
bom! Trabalhar com o Daniel Filho é uma escola. Ele é um dos
maiores diretores do país, se não for o principal. Foi muito
gratificante.
Como
você se preparou para o papel?
Na
verdade, eu criei muito da Karina da minha própria cabeça. O Daniel
pediu para a gente não ver a série e entregava o texto só no dia
da gravação.
Qual a
sua relação com o Confissões de Adolescente? Você tem diário?
Quando
entrei para o elenco, eu sabia do que o ‘Confissões’ se tratava,
mas nunca vi nenhuma das versões. Quando eu era menor, com uns 6
anos, era fanática por diários. Tive uns três ou quatro, que ainda
guardo em casa. Um deles tinha sete cadeados! Era literalmente
guardado a sete chaves (risos). Acho muito bonitinho, mas hoje não
tenho mais, a gente acaba trocando as prioridades quando cresce.
Você
se identifica com a Karina? Quais são as principais semelhanças e
diferenças?
A Karina
e eu não temos nada em comum! Ela se veste mais largada, tem a
confiança baixa... Eu sou menininha, mais feminina. Ela é
superantenada em tecnologia, é surreal! Eu sou ligada nessas coisas,
mas não que nem ela. A forma que a Karina escolhe para ajudar em
casa é consertando computadores, eu brinco que ela é praticamente
uma hacker!
Vocês
só recebiam o roteiro no próprio dia das gravações. Qual
diferencial essa técnica proporcionou?
Eu só
fui descobrir o que acontecia com a minha personagem quando fui ver o
filme. Tinha cenas em que eu tinha que entrar irritada sem nem saber
o motivo (risos).
Quais
são seus próximos projetos?
No
momento, estou no ar em Malhação como a Clara. Também continuo
estudando, estou no 9º ano. Estou doida para voltar ao teatro!
Espero que isso aconteça logo.
Cássio
Gabus Mendes
Filho do
teledramaturgo Cassiano Gabus Mendes, Cássio Gabus Mendes começou a
carreira na Rede Globo, onde participou de novelas de grande sucesso
como ‘Vale Tudo’, ‘Tieta do Agreste’, ‘Tropicaliente’,
‘Insensato Coração’ – atualmente, está no elenco da atual
novela das 19h, ‘Além do Horizonte’, no papel de Jorge. Também
participou de minisséries de sucesso na emissora, como ‘Anos
Rebeldes’, na qual viveu o militante político João Alfredo. No
cinema, conta com outras parcerias com o diretor Daniel Filho (em ‘Se
eu Fosse Você 2’ e ‘Chico Xavier’), e, mais recentemente,
participou dos longas ‘Bruna Surfistinha’ e ‘Assalto ao Banco
Central’.
Como
foi o convite para viver o Paulo?
Foi tudo
muito simples. Eu e Daniel Filho já temos uma relação antiga de
trabalho. Então, ele me ligou, perguntando se eu queria fazer o pai
das adolescentes e eu disse: ‘quero’ (risos). É a verdade, foi
simples assim.
O seu
tio, Luiz Gustavo, interpretou o pai das meninas na série de TV.
Você assistiu ao programa, teve algum tipo de inspiração dali na
construção do personagem?
Eu tenho
umas imagens na série na cabeça, mas lembro pouco, nada muito
concreto. E também não procurei assistir. O Daniel Filho é muito
objetivo, sabe exatamente o que quer, o que facilita bastante o dia a
dia no set. Mas, ao mesmo tempo, sempre está aberto a ouvir as
sugestões que você tenha. Cheguei às filmagens em um momento em
que as meninas já estavam todas ensaiadas – e elas são todas
muito profissionais, centradas. Tudo isso facilitou todo o processo
do trabalho.
Qual a
sua relação com o universo adolescente?
Tenho uma
enteada e sobrinhos, mas que já passaram da adolescência. Mas claro
que você acaba tendo uma convivência com esse universo de alguma
maneira. Acho que o desafio do roteiro foi justamente este: atualizar
a história de 20 anos atrás. Afinal, os costumes são outros. Nesse
sentido, houve um trabalho de pesquisa muito poderoso, o que,
novamente, facilitou muito o nosso trabalho.
Pode
nos falar um pouco sobre o Jorge, seu personagem na novela Além do
Horizonte?
A novela
é cercada de mistérios, num clima meio ‘Lost’ (seriado
americano). Não posso contar muita coisa porque é segredo. E não é
segredo meu, não. Eu mesmo não sei o que vai acontecer! (risos).
Sei que o Jorge é uma espécie de líder que recruta pessoas para
ingressarem em um grupo que busca a felicidade a todo custo.
Lereby
Fundada
em 1998 pelo diretor, ator, produtor e cineasta Daniel Filho, a
Lereby está relacionada – como produtora, co-produtora ou
produtora associada – a filmes de importância cultural e a grandes
bilheterias brasileiras. Em uma década de existência, a Lereby traz
em seu currículo longas-metragens como ‘Chico Xavier’ (2010),
‘Tempos de paz’ (2009), ‘Se eu fosse você 2’ (2009), ‘Primo
Basílio’ (2007), ‘Muito gelo e dois dedos d’água’ (2006),
‘Se eu fosse você’ (2006), ‘A Dona da História’ (2004),
‘Cazuza - O Tempo Não Pára’ (2004), ‘Sexo, amor e traição’
(2004), e ‘A Partilha’ (2001). Como produtora associada, foi
corresponsável pelos sucessos ‘2 filhos de Francisco’ (2005),
‘Carandiru’ (2003), ‘Cidade de Deus’ (2002) e ‘O Auto da
Compadecida’ (2000), entre muitos outros. Usando a prática
adquirida em comunicação e produções cinematográficas, a Lereby
cada vez mais diversifica seu foco, investindo em outras áreas e
mídias, como televisão, teatro e DVDs.
Sony
Pictures Entertainment
Sony
Pictures Entertainment (SPE) é uma divisão da Sony Corporation of
America, uma subsidiária da Sony Corporation, baseada em Tóquio. As
operações globais da SPE incluem a produção e a distribuição de
filmes de cinema e produções de televisão; a aquisição e a
distribuição de homevideo; um canal de TV global; a criação e a
distribuição de conteúdo digital; a operação de estúdios de
produção; o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e
serviços de entretenimento; e a distribuição de produções de
entretenimento em 140 países. A Sony Pictures Entertainment pode ser
encontrada na Internet no endereço SPE.
Globo
Filmes
Desde
1998, a Globo Filmes já participou de mais de 140 filmes, levando ao
público o que há de melhor no cinema brasileiro. Com a missão de
contribuir para o fortalecimento da indústria audiovisual nacional,
a filmografia contempla vários gêneros, como comédias, infantis,
romances, dramas e aventuras, apostando em obras que valorizam a
cultura brasileira. A Globo Filmes participou de alguns dos maiores
sucessos de público e de crítica como 'Tropa de Elite 2', 'Se Eu
Fosse Você 2', '2 Filhos de Francisco', ‘O Palhaço’, ‘Xingu’,
'Carandiru', 'Nosso Lar' e 'Cidade de Deus' – com quatro indicações
ao Oscar. Suas atividades se baseiam em uma associação de
excelência com produtores independentes e distribuidores nacionais e
internacionais.
fonte: assessoria de imprensa
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