sábado, 5 de outubro de 2013

SEDE DAS CIAS RECEBE O ESPETÁCULO "O BANQUEIRO ANARQUISTA"

Cia Urbana em
 
O Banqueiro Anarquista

do conto de Fernando Pessoa

De 09 a 31 de outubro, na Sede das Cias
quartas e quintas, às 20h

Eu estou para o pensamento como o vento está para o ar, isto é, o ar é feito de vento, eu sou feito de pensamento” Fernando Pessoa.

 foto: Diego Molina

"O Banqueiro Anarquista" é uma espécie de conte philosophique, ou "conto de raciocínio", como denominava o autor. Este conto de Fernando Pessoa é muito pouco conhecido. Trata-se de um  diálogo botequinesco entre um personagem anônimo e um ex-operário, também anônimo, que se tornou banqueiro, apresentado desde o início como "um grande comerciante e "açambarcador notável". 

No diálogo, o banqueiro narra seu processo de formação, procurando demonstrar logicamente porque é realmente "anarquista" na teoria e na prática. Trata-se, assim, de um conto sobre razões da ação prático-moral, em que desfilam inteligência e dissimulação, lógica e disfarce. Fernando Pessoa, através deste conto, ilustra a maleabilidade de ideologias sociais entre seus próprios defensores, construindo um personagem que, ao mesmo tempo em que se diz anarquista em teoria e prática, é dono de uma poderosa instituição financeira: um banco. 

O aparente paradoxo é explicado com refinado discurso sociológico. O conto foi publicado inicialmente em 1922, mesmo tempo em que o italiano Errico Malatesta escrevia cartas e panfletos defendendo a criação de inusitados Partidos Anarquistas mundo afora. O paradoxo da ação real não tem o charme do paradoxo do conto literário, mas evidencia um tempo extremado de contradições e inquietações ideológicas, acompanhadas com atenção por Fernando Pessoa. O poeta tece a história de um ex-militante operário que, frustrado com os rumos da ação política de seu grupo e outros, procura fazer a revolução social que lhe é possível: a sua própria.

O Banqueiro Anarquista desconcerta de imediato a quem lê este “conte philosophique”, podendo causar, até mesmo, um certo desassossego. Além de outros três brevíssimos contos de lógica paradoxal, este é o texto de prosa literária completo mais importante entre os poucos que Pessoa chegou a publicar em vida. No fundo, O Banqueiro Anarquista é um tratado didático sobre filosofia política, disfarçado de diálogo vagamente platônico que joga hábil e intencionalmente com diversas variantes de silogismos, tautologias e sofismas.

O texto confeccionado para esta montagem coloca no mesmo palco, além do próprio Pessoa, três de seus grandes heterônimos: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Trata-se, portanto, de uma verdadeira ode ao pensamento e a escrita de Fernando Pessoa.

 
Ficha técnica

Textos de Fernando Pessoa
Dramaturgia de Fernando Lopes Lima
Atuação: José Karini, Vicente Coelho e Rafael Manheimer
Direção: Fernando Lopes Lima
Iluminação: Aurelio de Simoni
Cengrafia: artista plástico Marcos Saboya
Figurinos: Kassandra Speltri
Direção musical: Leonardo de Castro
Produção: Fernando Lopes Lima

 foto: Diego Molina
 
Serviço

Local: Sede das Cia 
(Rua Manoel Carneiro, n° 12 - escadaria Seláron – Lapa)
Informações: (21) 2137-1271
Horário: quartas e quintas, às 20h
Ingressos: R$20,00
Capacidade: 60 lugares
Duração: 70 minutos
Bilheteria: diariamente a partir das 19h
Gênero: Conto Filosófico
Classificação: Livre
Temporada: de 09 a 31 de Outubro

fonte: assessoria de imprensa

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