O
premiado artista, quadrinhista e pós-doutor em artes, Edgar Franco,
uniu-se ao lendário e premiado quadrinhista Mozart Couto para a criação
dessa saga de ficção científica em quadrinhos. O trabalho, apresentado
na forma de um álbum luxuoso com 256 páginas e sobrecapa especial,
inclui a saga completa em quadrinhos, além de uma descrição detalhada do
universo ficcional da “Aurora Pós-humana”, criado por Edgar Franco e
ainda um making of do trabalho nos anexos, com artes do processo criativo da obra.
Imagine
um futuro em que a transferência da consciência humana para chips de
computador seja algo possível e cotidiano, quando milhares de pessoas
abandonaram seus corpos orgânicos por novas interfaces robóticas.
Imagine também que neste futuro hipotético a bioengenharia tenha
avançado tanto que permita a hibridização genética entre humanos,
animais e vegetais, gerando infinitas possibilidades de mixagem
antropomórfica, seres que em suas características físicas remetem-nos
imediatamente às quimeras mitológicas. Nesse contexto ficcional as duas
"espécies pós-humanas” tornaram-se culturas antagônicas e hegemônicas
disputando o poder em cidades-estado ao redor do globo, enquanto uma
pequena parcela da população - uma casta oprimida e em vias de extinção
-, insiste em preservar as características humanas, resistindo às
mudanças.
A HQ presente no álbum é dividida em III partes. A primeira delas, nomeada BioCyberDrama, foi publicada em álbum pela editora paulistana Opera Graphica, com ótima recepção
do público e crítica especializada. Tendo sido indicada aos prêmios
HQMIX de melhor roteirista (Edgar Franco) e melhor edição especial
nacional de 2003. A obra recebeu o prêmio Ângelo Agostini de melhor
desenhista de 2003, concedido a Mozart Couto. As partes II e III da
saga BioCyberDrama permanecem inéditas e agora a obra é publicada na íntegra, ou seja as III partes completas, pela Editora da UFG.
A parte I do álbum narra o dilema de Antônio Euclides, um jovem
"resistente" que aos poucos vai sendo seduzido pelas promessas de vida
eterna ou plena oferecidas pelas culturas predominantes desse universo
futurista, os tecnogenéticos – seres híbridos de humano com animal e
vegetal, e extropianos – ciborgues com a consciência de um humano
transplantada em um chip. Antônio se depara com a grande questão de sua
vida, qual decisão deve tomar: tornar-se extropiano, tecnogenético ou
continuar resistente.
A parte II de BioCyberDrama dá
continuidade à saga de Antônio Euclides e seus dilemas pós-humanos,
apresenta uma tensão ainda maior entre as espécies pós-humanas. A parte
III, conclusão da saga, possui inspiração na história de Canudos e de
Antônio Conselheiro, reinventadas para um contexto pós-humano. Sobre o
roteiro e arte do álbum, o pesquisador Dr. Elydio dos Santos Neto, autor
da apresentação da obra, destaca: Edgar Franco entra nesse clima de
questionamentos contemporâneos e cria sua Aurora Pós-Humana, porém sem
negar o humano, isto é, (...) ele traz para o futuro pós-humano os
principais dramas da nossa atual condição humana. Há
que se destacar também a grande sensibilidade de Mozart Couto, que, a
meu ver, compreendeu de maneira brilhante o universo criado por Edgar
Franco e conseguiu expressá-lo, visualmente, de maneira tão soberba.
A
responsável por esse lançamento ousado no mercado brasileiro de
quadrinhos foi a Editora da UFG – Universidade Federal de Goiás. Uma
iniciativa inédita para uma editora acadêmica brasileira, acreditando
nas HQs como forma de arte e conhecimento e investindo em uma produção à
altura da obra. O álbum integra a coleção “Artexpressão”, dedicada a
livros de arte.
O LANÇAMENTO EM SÃO PAULO
O lançamento será realizado na GIBITERIA, loja especializada em
quadrinhos de São Paulo. Antes da sessão de autógrafos Edgar Franco
iniciará o lançamento com um "Dossiê HQ" organizado pela Gibiteria, no
qual falará durante uma hora sobre o processo criativo do álbum com a
mediação de dois quadrinhistas notórios: Laudo Ferreira e Gazy Andraus.
A
Gibiteria fica Localizada na Praça Benedito Calixto em Pinheiros, n.
158, 1º Andar, São Paulo. O lançamento acontecerá das 19:00 às 22:30, no
dia 23 de agosto de 2013, sexta-feira.
NOTAS BIOGRÁFICAS DOS AUTORES
Edgar Franco
Aos 12 anos,
Edgar Franco, publicou sua primeira história em quadrinhos (HQ) em um
fanzine, desenvolvendo um amor constantemente renovado por esta forma de
expressão. Graduou-se em arquitetura e urbanismo na Universidade de
Brasília (UnB), onde iniciou suas pesquisas sobre a linguagem dos
quadrinhos e suas conexões com a arquitetura. Em seu mestrado em
Multimeios na Unicamp estudou as HQs na Internet, batizando essa
linguagem híbrida de quadrinhos e hipermídia de HQtrônicas (histórias em
quadrinhos eletrônicas), pesquisa que serviu como base para o livro
HQtrônicas: Do Suporte Papel à Rede Internet com sua segunda edição
publicada em janeiro de 2008.
Sua pesquisa de doutorado, Perspectivas Pós-Humanas nas Ciberartes,
concluída em 2006 na ECA/USP, foi premiada no programa “Rumos Pesquisa
2003” do Centro Itaú Cultural em São Paulo. Em 2011 concluiu o
pós-doutorado em Arte e Tecnociência no Programa de Pós-graduação em
Arte da UnB. É docente da Faculdade de Artes Visuais da UFG -
Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, onde também é professor
permanente no Programa de Doutorado em Arte e Cultura Visual. Como
pesquisador nas áreas de arte e tecnologia, desenho e histórias em
quadrinhos, possui diversos artigos publicados em livros e periódicos e
tem apresentado suas pesquisas, há mais de quinze anos, em congressos
como Intercom, Lusocom, Compós, Anpap e SBPC.
Como ilustrador e quadrinhista possui centenas de páginas publicadas em
revistas do Brasil e exterior. Em 2009 ganhou o Troféu Bigorna,
premiação nacional concedida aos melhores das histórias em quadrinhos
brasileiras, o trabalho premiado com o troféu foi a revista em
quadrinhos Artlectos e Pós-humanos # 3 da editora Marca de Fantasia. A
obra de Franco como artista multimídia envolve também trabalhos criadas
para suportes hipermidiáticos, entre elas as HQtrônicas Ariadne e o
Labirinto Pós-Humano e NeoMaso Prometeu - menção honrosa no 13º
Videobrasil - Festival Internacional de Arte Eletrônica (Sesc
Pompéia/2001). Também é mentor do projeto musical Posthuman Tantra com o
qual realiza performances cíbridas multimídia e que lançou em 2010 seu
segundo CD oficial pela gravadora Suíça Legatus Records. Em 2011, no dia
do seu quadragésimo aniversário, declarou-se Ciberpajé. Também em 2011
conclui seu pós-doutorado em arte e tecnociência pela UnB.
Mozart Couto
Mozart Cunha do Couto, ou Mozart Couto, como é mais conhecido, nasceu
em Juiz de Fora, MG. Começou a fazer quadrinhos profissionalmente no
final dos anos setenta para a Gráfica Editora do Paraná, a GRAFIPAR. A
partir daí não parou mais e passou por várias outras editoras no eixo
Rio-São Paulo chegando ao exterior no final da década de oitenta. Em
1988 começou a exportar seus trabalhos para a Europa, onde foram
publicados álbuns de histórias em quadrinhos e tiras de jornais; algumas
dessas publicações com circulação na Bélgica, França, Alemanha,
Dinamarca e Holanda. Em 1993, entrou no mercado norte-americano
colaborando em revistas das editoras Marvel Comics, DC Comics, Acclaim
Comics, Dark Horse e Image Comics, desenhando conhecidos personagens
como Mulher Maravilha, Thor, Hulk, Elektra, Turok, Glory, Gamera, e
outros.
Atualmente Mozart tem se dedicado mais à ilustração. Sua produção é
dirigida para livros didáticos, para-didáticos, literatura em geral,
livros de RPG, capas de CDs, histórias em quadrinhos promocionais,
criação de personagens para diversos fins e outros. Entre seus clientes
contam-se editoras como FTD, Saraiva, Ática, Melhoramentos, Paulinas,
Record, Moderna e Scipione.
Foi ganhador, com o livro Nosso Folclore (editora Ave-Maria), do Prêmio
Jabuti na categoria de melhor livro didático de 1999 e, em 2000, do
certificado "altamente recomendável" da Fundação Nacional do Livro
Infantil e Infanto-Juvenil pelas ilustrações no livro A Carta de Pero
Vaz de Caminha, da Editora Moderna. Recebeu outros prêmios importantes
como o Troféu Ângelo Agostini, da Associação de Quadrinhistas e
Cartunistas de São Paulo, como melhor desenhista do ano (1986 e 2003);
De Melhor arte-finalista e de Mestre dos Quadrinhos Nacionais (2008). Em
sua produção, atualmente usa quase que exclusivamente os meios
digitais. Entusiasta dos Softwares Livres, o artista os tem utilizado em
grande parte de seus trabalhos na área da ilustração 2D.
fonte: Edgar Franco
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